
Manuel Alegre
Global Imagens/Álvaro Isidoro
No dia do tributo a Ramalho Eanes, Manuel Alegre diz que o silêncio de Cavaco Silva face aos «ataques ao Tribunal Constitucional» faz com que as pessoas se virem para ex-Presidentes.
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O socialista Manuel Alegre entende que os portugueses sentem uma certa «orfandade» política, uma vez que se sente agora o carinho à volta de antigos Presidentes da República.
Lamentando alguns silêncios do atual chefe de Estado, o histórico do PS assinalou os «ataques que têm sido feitos perante o silêncio do Presidente ao Tribunal Constitucional, a última garantia da defesa da nossa Constituição».
«Tudo isso cria um sentimento de orfandade e de ausência de referências no país. É isso que faz com que as pessoas se voltem para antigos Presidentes, que souberam resolver as crises políticas do seu tempo», acrescentou, em declarações à TSF.
Para Alegre, com Mário Soares, Ramalho Eanes e Jorge Sampaio «não estaríamos na situação de orfandade política em que estamos».
«O Presidente é sempre a última referência e garante e aquele que numa situação semelhante à que temos, de afundamento e descrença das instituições sabe levar o Governo a mudar de políticas ou então usando a sua arma que é a dissolução da Assembleia para dar de novo a palavra ou povo», frisou.
Estas declarações surgiram no dia do tributo que será feito esta segunda-feira a Ramalho Eanes, 38 anos depois de ter liderado as operações militares que colocaram fim à influência da extrema esquerda em Portugal após o 25 de Abril.