Há serviços "com 100% de adesão". Técnicos de diagnóstico e terapêutica satisfeitos com greve lamentam "pressões"
O líder sindicalista sublinha, na TSF, que as "pressões que estejam a ser exercidas sobre os trabalhadores nas instituições são ilegítimas, condenáveis e ilegais nos termos da lei"
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O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica congratulou-se esta terça-feira com a adesão à greve, adiantando que existem serviços "com 100% de adesão", mas lamentou as "pressões" feitas em algumas instituições, ressalvando que são "ilegais".
"Temos serviços que estão com 100% de adesão", aponta o presidente do sindicato, Luís Dupont, em declarações à TSF. O líder sindical garante ainda que os serviços mínimos estão a ser cumpridos e lamenta a "perturbação para os utentes".
"Nós cumprimos os serviços mínimos. Lamentamos toda a perturbação que existe para os utentes e todo o transtorno que isto é, mas esta greve só está a acontecer porque o Governo não deu respostas a estes trabalhadores", ressalva.
Luís Dupont acusa, contudo, alguns hospitais de exercerem pressão sobre estes profissionais e sublinha: "Pressões que estejam a ser exercidas sobre os trabalhadores nas instituições são ilegítimas, condenáveis e ilegais nos termos da lei."
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, que estão em greve desde segunda até quinta-feira, protestam contra a falta de resposta do Governo a questões críticas relacionadas com a progressão na carreira e a aplicação de pontos da avaliação de desempenho, que afetam diretamente o posicionamento remuneratório dos trabalhadores, mas também de questões macro que carecem de protocolo negocial.
Esta segunda-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, garantiu também que as negociações com esta classe profissional vão "começar em breve", considerando que este são o cimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Sobre estas declarações, Luís Dupont confessou que gostaria que "não fossem só palavras" e que o Governo passasse à "ação" - que "passa por negociar" -, completando que o que os técnicos precisam é da "marcação de reuniões e o início do processo negocial".
"Ressalvamos que não existem só três corpos especiais na saúde, a carreira de TSDT, à semelhança de outras, também são corpos especiais e gostaríamos que o Governo e a ministra da Saúde olhassem para esta carreira como deve olhar para todas. Somos uma pedra fundamental na construção daquilo que é o SNS e na importância que tem na resposta às populações", atirou.
Os sindicatos dos técnicos de diagnóstico e terapêutica realizam esta terça-feira uma concentração em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, quando cumprem o segundo dia de greve para exigir respostas às reivindicações.
Este protesto é convocado por três sindicatos, que estão desde segunda-feira numa greve de quatro dias.
