Abastecimento da ilha está dependente de um barco pequeno.
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A ilha das Flores, nos Açores, continua sem porto desde a passagem do furacão Lorenzo há mais de um mês e há empresas que ameaçam começar a despedir, em breve, por falta de produtos para os respetivos negócios. Esta sexta-feira à noite reúne-se o conselho da ilha, um órgão comunitário, para procurar soluções porque os cerca de quatro mil habitantes estão mais isolados que nunca.
O abastecimento está dependente de um barco pequeno, que tem falhas mas é o único que consegue atracar no porto que o furacão desfez.
"Transporta, no máximo, a carga equivalente a dez contentores quando nós tínhamos normalmente, de 15 em 15 dias, um barco que trazia 60. É uma questão de fazer contas e ver que o abastecimento está muito aquém daquele que era feito regularmente quando tínhamos a operação quinzenal", explicou à TSF Paulo Reis, vice-presidente do conselho da ilha das Flores.
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Paulo Reis é vice-presidente do conselho da ilha das Flores, um órgão de tipo comunitário que existe apenas no arquipélago e que junta quase um por cento dos quatro mil habitantes da ilha, onde o desemprego espreita a cada esquina.
"As empresas são muito pequenas e é claro que estão a passar por momentos muito difíceis. Não conseguem aguentar a situação muito para além do mês de novembro. Começa a ser muito difícil aguentar os funcionários porque não têm faturação", afirmou o vice-presidente do conselho da ilha das Flores.
Quem vive nas Flores tem pouco a que se agarrar para viver. A maioria agarra-se à terra, mas também não tem como escoar os produtos ou os animais.
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"A exportação de gado neste momento está muito limitada porque, por exemplo, a viagem de ontem só levou três animais. A construção civil está estrangulada. Se alguém quiser comprar um carro ou alguma coisa, não consegue", acrescentou Paulo Reis.
Inicialmente a Força Aérea chegou a falar na hipótese de enviar um C-130 para reforçar o abastecimento até que estejam concluídas as obras do Porto das Flores, mas até agora não apareceu nenhum avião. A esperança está num barco maior que possa chegar àquela terra.
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