Freitas do Amaral foi uma das muitas pessoas que esteve no velório de Maria Barroso. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros lembra Maria Barroso como "um exemplo que deve ser mantido". Já Almeida Santos lembra a "divida de vída" que tem para com Maria Barroso.
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Freitas do Amaral, presente no velório de Maria Barroso, lembrou a herança deixada pela fundadora do PS: "há um outro capitulo da vida dela que agora começa, que é o da influência, o do exemplo, o das sementes que ela plantou e que vão germinando neste colégio, na fundação, neste país. Não há uma pessoa que a tenha conhecido que não diga bem dela. Isto é uma coisa raríssima. E é um exemplo que deve ser mantido e regado como uma flor preciosa".
O co-fundador do CDS lembrou o dia em que o casal Mário Soares/Maria Barroso lhe deu os parabéns pela fundação do CDS-PP e fez a promessa de "cooperação democrática a bem do país". "Esses momentos não se esquecem, apesar de todas as diferenças e divergências ideológicas", disse.
Já Almeida Santos, presidente honorário do PS, classificou Maria Barroso como "uma mulher excecional" e confessou que, pela sua vida, passaram "poucas comparáveis" à antiga atriz e política.
Questionado pelos jornalistas junto do Colégio Moderno, onde o corpo de Maria Barroso está em câmara ardente, o antigo dirigente socialista e ministro lembrou qualidades da amiga de longa data, como a modéstia, e exemplificou com uma viagem que fez a Moçambique, na qual conseguiu um corredor de paz, quando o país estava em guerra. "Não se gabou disso", disse.
Era "uma grande mulher, de inteligência, de caráter, de cultura, de arte", "perdemos uma grande mulher, como não há muitas", disse Almeida Santos, recordando também a que Maria Barroso foi uma atriz "fabulosa".
"A minha dívida para com ela é uma dívida de vida", disse o também antigo presidente da Assembleia da República, que recordou a longa amizade e as longas noites de discussão de política, concluindo: "Não esperava que desaparecesse assim".
O corpo de Maria Barroso está em câmara ardente no Colégio Moderno, em Lisboa, realizando-se o funeral na quarta-feira para o Cemitério dos Prazeres, após a missa de corpo presente, que terá lugar às 10:00 na Igreja do Campo Grande.
Maria de Jesus Barroso, mulher do antigo Presidente da República Mário Soares e uma das fundadoras do PS, morreu hoje, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada em estado grave desde 26 de junho, após uma queda.