"Hoje temos menos pedidos de pessoas mais velhas." Banco Alimentar recolheu 1755 toneladas de alimentos no fim de semana

Os pedidos de ajuda das pessoas mais velhas que chegam ao Banco Alimentar Contra a Fome estão a diminuir. A campanha do Banco Alimentar contra a Fome recolheu este fim de semana 1755 toneladas de alimentos em mais de 2000 superfícies comerciais do país, avançou esta segunda-feira a instituição de solidariedade social.

Em declarações à TSF, a presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, destaca a grande solidariedade dos portugueses. 

"É um balanço positivo, são cerca de mais de 32 toneladas em relação a maio de 2023, apesar de ter sido um fim de semana muito preenchido com atividades de desporto, de música e de festas religiosas. Uma vez mais, os portugueses que foram às compras quiseram ser solidários para com os mais carenciados da sua região", refere, sublinhando que "os pedidos de ajuda não têm diminuído".

"Isso inquieta-nos, porque, apesar das medidas sociais que têm vindo a ser tomadas, continuamos a ter uma pobreza estrutural muito severa. São muitas famílias com crianças que, apesar de terem um horário completo e o vencimento no final do mês, não conseguem ter comida na mesa até ao final do mês", alerta.

Isabel Jonet nota que os pedidos de ajuda ao Banco Alimentar continuam elevados, mas as pessoas mais velhas já não precisam de tanto apoio. "Hoje temos menos pedidos de pessoas mais velhas, porque, apesar de tudo, os apoios sociais minoraram a gravidade da situação das pessoas com baixas pensões de reforma e, portanto, há menos pedidos de pessoas mais velhas e há mais pedidos de pessoas que têm um trabalho e muitas vezes famílias com crianças", indica, considerando que, para os mais velhos, as medidas e os apoios que têm sido tomados "têm minorado a situação de pobreza".

"Não nos podemos esquecer que, em Portugal, ainda há pensões de reforma inferiores a 200 euros e, portanto, qualquer tipo de apoio é muito importante para as pessoas mais velhas e eles têm sido concedido pelos sucessivos governos", acrescenta.

Os resultados da recolha deste fim de semana representam "um acréscimo em relação ao valor da campanha homóloga do ano passado, num fim de semana marcado pela coincidência com diversas atividades, como a final da Taça de Futebol, concertos, queima das fitas, confirmando assim quer a solidariedade dos portugueses, quer a confiança renovada nos bancos alimentares contra a fome", lê-se num comunicado da entidade.

"Em tempos de grande ansiedade e alguma incerteza como os que vivemos, enche-nos o coração verificar que se mantêm firmes e inalterados nos portugueses valores tão essenciais como os da solidariedade, da participação cívica ativa", afirmou a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome (FPBACF), Isabel Jonet, citada pelo comunicado.

Os alimentos recolhidos vão ser distribuídos em "mais de 2400 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 360 mil pessoas com carências alimentares comprovadas", lê-se ainda na nota.

Na Madeira, foram angariados nos supermercados da Região no fim de semana 28.160 quilos de produtos alimentares, que serão distribuídos nos próximos meses a pessoas comprovadamente carenciadas, através de Instituições parceiras.

Este resultado, segundo uma nota do Banco Alimentar da Madeira, superou o do período homólogo de 2023, em 21,8% bem como o da última campanha realizada, em dezembro do ano passado, em 2,1%.

Além desta campanha presencial, que contou com a participação de cerca de 40 mil voluntários, vai ainda ser possível contribuir, até 02 de junho, através de vales disponíveis nos supermercados ou na plataforma eletrónica disponível em www.alimentestaideia.pt.

No ano passado, os 21 bancos alimentares contra a fome operacionais distribuíram 25,75 mil toneladas de alimentos, num valor global estimado superior a 39,4 milhões de euros.