A ULS do Algarve justifica a decisão com a pressão nos serviços de urgência
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A pressão sobre as unidades de saúde do país tem sido muita nos últimos tempos, devido ao aumento das infeções respiratórias, que atingem sobretudo os mais idosos. Uma situação que se verifica tanto nos serviços de urgência, como no internamento nas enfermarias. Por esse motivo, no Algarve a Unidade Local de Saúde (ULS Algarve), que inclui os hospitais de Portimão e Faro, tomou a decisão de suspender temporariamente as cirurgias programadas.
A decisão, que foi tomada no âmbito do Plano de Saúde Sazonal, pretende dar resposta à procura.
“É uma decisão preventiva para permitir aliviar alguma pressão no internamento, mas não é propriamente uma situação aflitiva”, garante o presidente do Conselho de Administração da ULS.
Tiago Botelho adianta que os serviços de urgência estão a ser procurados por doentes que estão a necessitar de acompanhamento mais demorado, pacientes com algumas morbilidades que acabam por necessitar de internamento. A esta situação junta-se o facto de haver doentes já operados que aguardam vaga em unidades de cuidados continuados.
Para fazer face à procura, a ULS Algarve reforçou com mais 51 camas as suas unidades de saúde. Treze camas em Portimão, oito em Faro, 12 em Lagos e 18 camas no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, situado em S. Brás de Alportel.
Tiago Botelho explica que as cirurgias urgentes continuam a realizar-se e, por decisão da direção clínica, cada serviço irá avaliar caso a caso para avaliar se tem margem de manobra para realizar alguma cirurgia programada.
”Faz-se uma aferição quase à hora da capacidade de cada enfermaria”, afirma.
O presidente do Conselho de Administração afirma que “ainda não é possível dizer quantas pessoas terão a sua cirurgia adiada”, mas sublinha que “a decisão pode ser, a todo o momento, 100% revertida”.
A administração da ULS do Algarve considera também anormal os tempos médios de espera dos doentes urgentes que de domingo para segunda-feira chegou a atingir 17 horas no Hospital de Portimão. Tiago Botelho garantiu que “o caso irá ser averiguado”. De acordo com o portal do SNS, esses tempos de espera para doentes com pulseira amarela situa-se, esta terça-feira, nos 50 minutos.