Após a denúncia de falta de condições, a ULS do Nordeste anuncia 20 camas para cuidados intensivos e 163 para os hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros para tratar infetados com Covid-19.
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Depois da denúncia, por parte de um grupo de médicos de que o espaço Covid-19 do hospital de Bragança não tinha condições para acolher e tratar os doentes com o vírus, a direção do hospital veio, na tarde desta segunda-feira, assumir que o edifício em causa tem algumas dificuldades mas que não é verdade que doentes e não doentes se cruzem. A direção diz também que a denúncia se deverá ao medo e à insegurança dos clínicos.
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Também o presidente da Câmara da cidade tentou inteirar-se de toda a situação no local, mas foi aconselhado a não entrar por razões de segurança.
Hernâni Dias diz não estar totalmente satisfeito com as explicações que lhe deram mas, ao mesmo tempo, também quer acreditar que a partir de agora haverá alterações importantes para receber os doentes.
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"Não saio daqui completamente satisfeito, saio com alguma preocupação mas mais confiante relativamente àquilo que está a ser feito aqui na Unidade Local de Saúde. Compreendi as deficiências existentes ao nível físico mas também pude aperceber-me que na componente técnica tudo está a ser feito dentro daquilo que são as condições atuais e dentro daquilo que são os meios, quer humanos quer materiais."
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São precisamente esses recursos que a Diretora Clínica da Unidade Local de Saúde do Nordeste anunciou que estarão a ser preparados para fazer face ao vírus.
"O plano que nós temos desenhado já foi alterado com a possibilidade de aumentarmos, aqui em Bragança, pelo menos para mais 20 camas de cuidados intensivos. Mas também em Macedo de Cavaleiros e Mirandela. Com o plano, que hoje foi alterado, teremos a possibilidade de ter mais 163 camas nas três unidades."
Eugénia Madureira acrescenta que as denúncias feitas pelos médicos de que o espaço Covid-19 no edifício satélite do hospital de Bragança não tem condições para receber os doentes, não são, de todo, verdade.
"As informações que saíram não correspondem à realidade. Os circuitos não se cruzam e não se cruzam doentes e não doentes". No entanto, a diretora clínica reconhece que existem "algumas dificuldades ao nível do edifício."
A diretora atribui a denúncia ao "medo e à insegurança" que se terá apoderado dos clínicos. Eugénia Madureira disse hoje também que nos três hospitais da Unidade Local de Saúde do Nordeste, Bragança, Macedo e Mirandela há 25 profissionais infetados.
Feitas as contas, são mais de 30% do total de casos no distrito de Bragança até às 00h00 deste domingo.