Hospitais do SNS vão receber 1022 milhões de euros para pagamento a fornecedores ainda este ano
De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde, "este reforço financeiro permitirá que as entidades hospitalares terminem o ano de 2022, pela primeira vez, sem 'stock' de pagamentos em atraso".
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O Governo anunciou este sábado uma injeção extraordinária de 1022 milhões de euros nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para pagamento a fornecedores externos ainda este ano.
Um comunicado conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde refere que "este reforço financeiro permitirá que as entidades hospitalares terminem o ano de 2022, pela primeira vez, sem 'stock' de pagamentos em atraso".
Segundo a nota, "a injeção de verbas foi aprovada esta semana em despacho conjunto do ministério das Finanças e do ministério da Saúde, reconhecendo-se que, durante o presente ano, a resposta à Covid-19 ainda representou uma pressão orçamental acrescida sobre o SNS".
À TSF, o presidente da associação dos administradores hospitalares considera que a injeção de capital é uma medida positiva, mas o ideal era que não fosse necessário
"Este procedimento não é novo, tem acontecido todos os anos. A dívida do SNS e dos seus hospitais é quase como um balão que vai enchendo e depois desincha no final do ano", explica Xavier Barreto, sublinhando que "é bom, faz falta e é necessário fazer esta injeção de capital".
"Os hospitais que têm dívida acumulada, nomeadamente dívida vencida, têm mais dificuldade de negociar com os fornecedores. Esta injeção faz todo o sentido, mas gostaríamos que ela não fosse necessária, é um mal necessário que nós gostávamos que não fosse", sublinha.
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Apesar desta injeção de dinheiro, Xavier Barreto não tem uma perspetiva otimista e diz que as dívidas vão voltar a crescer.
"Nos contratos que já foram assinados para 2023, continuam a existir hospitais com previsão de resultados negativos, o que indica que provavelmente em 2023 os hospitais continuarão a acumular dívida. Esperamos que no futuro seja um procedimento a alterar", acrescenta.
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Os hospitais vão receber cerca de 1.022 milhões de euros, que permitirá liquidar a totalidade de pagamentos em atraso acumulados a fornecedores externos (dívida vencida há mais de 90 dias), precisa a nota.
"Até aqui, 2021 tinha sido o ano com melhor resultado na gestão de pagamentos, tendo terminado ainda assim com um 'stock' de cerca de 110 milhões de euros de pagamentos em atraso, que este ano será possível liquidar na íntegra", adianta a nota.
"A injeção efetuada visa também contribuir, de modo decisivo, para uma gestão eficaz e programada dos pagamentos, promovendo uma maior eficiência na utilização dos recursos públicos e assegurando melhores condições de liquidez, gestão e responsabilidade orçamental para as instituições do SNS", conclui o comunicado.
* Notícia atualizada às 11h18