O grupo detentor da CUF alega que, no seu código de ética, "o respeito absoluto pela vida humana e pela dignidade da pessoa" se sobrepõe a uma eventual decisão a favor da despenalização da eutanásia.
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Os hospitais e clínicas CUF e Luz vão recusar-se a fazer eutanásias, caso a despenalização da morte assistida seja aprovada no Parlamento, anunciou o grupo José de Mello Saúde, dono da CUF, e uma fonte das unidades de saúde da Luz, em declarações à TSF.
A notícia foi avançada pelo jornal Expresso e confirmada pela TSF, que teve acesso ao comunicado do grupo José de Mello Saúde e dos respetivos Conselho Médico e Conselho de Enfermagem, na qual é defendido o "respeito absoluto pela vida humana e pela dignidade da pessoa".
"A José de Mello Saúde reafirma a sua clara oposição à despenalização da morte medicamente assistida", lê-se no comunicado.
O grupo de saúde alega que a vida humana é "o primeiro e o mais elevado de todos os valores" e que deve estar acima "dos interesses da Ciência e da Sociedade".
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Invocando um código de ética aplicado em todas as unidades da CUF, que pressupõe que cada pessoa é "um sujeito de direitos e não um objeto das intervenções médicas", o grupo afirma que "nem tudo o que é tecnicamente possível é aceitável".
"A técnica, ainda que fundamental, é apenas um dos valores a considerar quando se toma posições sobre a vida das pessoas", sublinha o comunicado.
O grupo ressalva ainda que a decisão tomada "não constitui, de forma alguma, qualquer limitação à qualidade do desempenho técnico e científico dos profissionais de saúde da rede CUF". "Pelo contrário, impõe a todos, sem exceção, a mais elevada competência, seja técnica, científica, profissional e humana, porque esta é a primeira linha do respeito devido à dignidade das pessoas doentes", é defendido.
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Mais de 500 profissionais de saúde assinaram uma petição pública pela despenalização da morte assistida, lançada pelo Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade. O tema voltará a ser discutido na Assembleia da República no dia 20 de fevereiro, com o debate dos projetos do BE, PS, PAN e PEV (que estabelecem condições para a despenalização da eutanásia).
* Atualizado às 13h34