Gestão em Parceria Público Privada do Hospital de Vila Franca de Xira poupou 30 milhões em cinco anos.
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O Hospital de Vila Franca de Xira, com gestão em Parceria Público Privada (PPP), custa menos dinheiro às contas do Estado, é mais eficiente que a média e apresenta uma qualidade dos cuidados de saúde que fica dentro da mediana dos hospitais comparáveis.
A conclusão é de uma auditoria do Tribunal de Contas à gestão do Hospital de Vila Franca de Xira que desde 2010 é gerido num contrato de PPP que acaba em 2021 depois do Ministério da Saúde ter recusado renovar o acordo por mais 10 anos como pretendia o grupo José de Mello Saúde que até agora assegura a gestão.
No ponto custos a auditoria lida pela TSF é clara a dizer que o Hospital de Vila Franca de Xira poupou ao Estado 30 milhões de euros entre 2013 e 2017, menos 8,8% do que gastaria se a gestão fosse pública, nomeadamente como EPE (Entidade Pública Empresarial, a 'fórmula' de gestão seguida nos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde).
Nos 29 hospitais comparados os dois com gestão PPP apresentam os resultados mais baratos: Hospital de Braga com 2.134 euros e Vila Franca de Xira com 2.653.
Além de custos mais baixos, a auditoria também conclui que o desempenho da gestão hospitalar e eficiência económica no Hospital de Vila Franca de Xira fica acima da média no Serviço Nacional de Saúde
Custos com pessoal mais baixos
O hospital em PPP tem, por exemplo, uma "elevada utilização da capacidade instalada de internamento e de cirurgia", mas também os terceiros custos com pessoal mais baixos entre os 29 hospitais analisados, apenas atrás de Braga e do Hospital de São João no Porto.
O Hospital de Vila Franca de Xira também apresenta um custo por doente com produtos farmacêuticos dos mais baixos do país (o terceiro mais baixo) e a menor percentagem de custos com horas extraordinárias e suplementos no total de custos com pessoal.
Nem bem nem mal na qualidade
Finalmente, nos indicadores de qualidade dos cuidados, a PPP de Vila Franca não está pior nem melhor do que outros, ficando dentro da "mediana do grupo de hospitais comparáveis".
Uma avaliação que teve por base indicadores como a percentagem de partos por cesariana, cirurgias de ambulatório, reinternamentos e fraturas da anca com cirurgia realizada nas primeiras 48 horas.