"Hospital precisa de mais camas e pessoal." Ordem dos Médicos alerta para problemas em Faro
A administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve cancelou, durante seis dias, as cirurgias programadas no hospital de Faro. É um plano de contingência devido a "ocupação elevada".
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Esta quinta-feira, no serviço de cardiologia do hospital de Faro, havia vários doentes que se encontravam em macas no corredor por falta de camas, segundo apurou a TSF. A sobrelotação desta unidade hospitalar é recorrente, mas a Ordem dos Médicos considera que situações destas não podem repetir-se.
Alexandre Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, percebe, no entanto, que, por questões logísticas e por falta de camas, a administração tenha mesmo que recorrer a este plano de contingência."Se eles não tiverem camas para internarem os doentes, como é que podem fazer cirurgias?" questiona Alexandre Lourenço. " É grave, se é uma situação frequente. O hospital de Faro precisa de mais camas e mais pessoal", acrescenta.
O cancelamento das cirurgias programadas até à próxima terça-feira preocupa a Ordem, que denuncia constantemente a falta de meios humanos e materiais neste hospital.
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Alexandre Lourenço sublinha que, se noutras regiões do país, há vários hospitais, e, consequentemente, outras alternativas para os doentes, na região Sul, isso não acontece." A Ordem não pode admitir que, numa região tão grande como o Algarve, se cancele um conjunto de funcionalidades médicas por insuficiência", argumenta. "Tem que se fornecer capacidade à região para resolver esses problemas", enfatiza.
A administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve garante, no entanto, que todas as cirurgias urgentes serão efetuadas, e que serão operados os doentes que estão internados e têm cirurgias marcadas. De acordo com o hospital, as cirurgias canceladas serão reprogramadas.