Mais hospitais assinam, esta terça-feira, uma carta de compromisso para avançar com a hospitalização em casa, que já existe em 25 hospitais.
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A hospitalização domiciliária vai chegar a mais 14 hospitais até ao final do ano, abrangendo todos os hospitais do país onde pode ser implementada. A meta é, no entanto, ir mais longe e ter cada vez mais doentes a serem tratados em casa, atingindo, a longo prazo, daqui a sete anos, meio milhão de pessoas - ou seja, metade dos internamentos que acontecem anualmente em Portugal e que, de acordo com estudos internacionais, podem ser feitos em casa, com vantagens para os doentes.
É isso que adianta, à TSF, Delfim Rodrigues, responsável pela dinamização da hospitalização domiciliária nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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Até agora, num ano, o novo projeto de hospitalização domiciliária já permitiu tratar 3200 doentes em casa. Em breve, quando todos os hospitais tiverem os seus projetos em curso, o objetivo é chegar a oito mil e depois aos 20 mil doentes por ano. Delfim Rodrigues detalha que, segundo os estudos que já foram feitos, a taxa de mortalidade de quem fica em casa é 24% inferior ao que acontece em meio hospitalar e existe maior satisfação dos pacientes, com taxas de internamento mais baixas e menos infeções.
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A responsável no Ministério da Saúde que acompanha esta área, Purificação Gandra, acrescenta que a hospitalização domiciliária arrancou, em pouco mais de um ano, em 25 hospitais, sendo que até ao final de 2020 estará a funcionar num total de 39.
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O Governo defende que a "hospitalização domiciliária nos estabelecimentos hospitalares do SNS, embora ainda recente em Portugal, apresenta resultados muito positivos ao nível da inovação e da modernização, revelando -se um modelo potenciador de uma melhoria da acessibilidade aos cuidados de saúde, da redução das complicações inerentes ao internamento convencional e da envolvência psicossocial do doente durante o período de internamento, permitindo uma maior humanização dos cuidados, através da participação ativa da família e de outros cuidadores, com ganhos em eficiência e em qualidade".
Delfim Rodrigues explica que os estudos internacionais revelam que 40% a 60% dos doentes internados em hospitais são candidatos a ser hospitalizados em casa, com vantagens para os doentes, mas também poupando centenas de milhões de euros, reforçando a sustentabilidade do serviço público de saúde.