A sede, propriedade da autarquia, foi encerrada por falta de segurança no edifício
Corpo do artigo
O Hot Clube de Jazz, em Lisboa, foi obrigado a fechar portas há dois anos. O edifício onde se situa a sua sede, na Praça da Alegria, em Lisboa, propriedade da câmara municipal, encerrou por falta de segurança. Até hoje, esta instituição, que tem sido escola e local por onde têm passado gerações de músicos, ainda aguarda apoio da autarquia para as obras que são necessárias realizar. Em 2023, a autarquia cedeu o direito de superfície do edifício por 50 anos, o que o Hot Clube considera ter sido um passo “muito importante”. No entanto, “desde então, aguarda-se o apoio do município para iniciar as obras de recuperação urgentes do edifício”, acrescentam em comunicado.
De resto, o azar parece perseguir o Hot Clube de Jazz. Há 15 anos um incêndio devastou a sua sede histórica, o número 39 na Praça da Alegria. Nessa altura, as instalações passaram para o número 48, um edifício da câmara municipal de Lisboa, que há dois anos foi encerrado por danos na cobertura, que começou a meter água.
”O proprietário do edifício é a câmara e o Hot Clube estava lá mediante um pagamento de renda”, explica o presidente do clube. Pedro Moreira avança que os problemas estruturais já tinham sido denunciados, pelo menos, há dez anos e que tem havido promessas por parte da autarquia de que as obras vão avançar. “Tem de haver um compromisso por parte da câmara para desbloquear o início das obras e esse momento é que tem tardado”, acrescenta.
Moreira considera que este encerramento tem trazido muitos prejuízos, financeiros e culturais. “Durante estes dois anos em que o n.º 48 da Praça da Alegria tem sido obrigado a manter a porta fechada por deficiência estrutural do edifício, estima-se uma perda de receita na ordem dos 220.000 euros. O Hot Clube apresenta cerca de 250 concertos por ano, envolvendo uma média de mil músicos e mais de 15.000 espectadores”, acrescenta a instituição no documento.
Pedro Moreira acredita que as obras necessárias para a sede reabrir fiquem em cerca de 400 mil euros. Numa segunda fase, o clube pensa criar no local um museu do jazz, já que guarda “um dos mais valiosos espólios na história da música de jazz no país”.
A instituição considera que estes dois anos em que tem tido fechada a sede representa ”um prejuízo insustentável a um dos mais antigos clubes da Europa e casa de várias gerações de músicos de jazz portugueses, e também de muitos estrangeiros”.