Hotel do Algarve com trabalhadores caboverdianos envia ajuda para a Ilha de São Vicente
As chuvas torrenciais de agosto provocaram nove mortes, dois desaparecidos e a destruição de inúmeras infraestruturas
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Um contentor com bens para ajudar a população afetada pelas inundações na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, parte esta segunda-feira do Algarve.
A iniciativa é da empresa hoteleira Água Hotels, um grupo empresarial português com sete unidades — seis em Portugal e uma em Cabo Verde, na Ilha do Sal. Habitualmente, este grupo faz intercâmbio de trabalhadores entre os seus hotéis e, quando sucedeu a catástrofe em São Vicente, e particularmente na cidade de Mindelo, cerca de três dezenas de trabalhadores caboverdianos encontravam-se a trabalhar no Hotel em Lagoa, no Algarve. Alguns, oriundos daquela Ilha.
"Muitos colaboradores contaram-me que vizinhos ficaram sem nada, famílias que ficaram sem mobiliário, sem roupa, sem nada", conta à TSF Mário Guerreiro, um dos administradores.
A partir daí, em conjunto, o grupo hoteleiro decidiu meter mãos à obra. "Estes colaboradores estiveram a recolher bens junto dos colegas e a levá-los para um armazém central, onde recolhemos todos os produtos", adianta.
A intenção é tentar acudir aos problemas emergentes e, por esse motivo, a ajuda vai seguir esta segunda-feira, num contentor dirigido à Cruz Vermelha de Cabo Verde e ao Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente. "Dado que estamos a iniciar o ano escolar, vamos enviar material escolar, muito vestuário e alguns brinquedos para crianças", explica.
Mas a ajuda vai mais longe: louça, utensílios de cozinha, mobiliário e atoalhados são outros dos recursos angariados que vão ser enviados a estas populações.
“O envio deste contentor reforça o compromisso do grupo, não apenas com o turismo e a hospitalidade, mas também com a responsabilidade social e a proximidade às comunidades onde atua”, afirma o Água Hotels, em comunicado.
As chuvas torrenciais da tempestade de 11 de agosto a Ilha de São Vicente provocaram nove mortes, dois desaparecidos e a destruição de várias infraestruturas nesta ilha cabo-verdiana.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma recente avaliação onde indicou que as doenças transmitidas por água contaminada ou mosquitos, bem como perturbações mentais, são riscos de saúde pública, no atual período pós-cheias na ilha cabo-verdiana de São Vicente.