O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve apela à "sensibilidade" do novo Governo.
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Os hoteleiros algarvios querem construir habitação para fixar trabalhadores e combater a falta de mão-de-obra no setor turístico e pedem ao Governo que disponibilize terrenos a preços acessíveis, disse esta sexta-feira o presidente da maior associação hoteleira da região.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, explica que em causa está "a possibilidade de construir unidades de alojamento com diferentes tipologias" consoante a família que querem contratar e disponibilizar uma casa para estes funcionários.
"Para isso eu não posso ir ao mercado comprar um terreno (...) tenho que ter uma bolsa de terrenos", considerou, acrescentando que objetivo não é "que ofereçam o terreno", mas sim que "exista a possibilidade, como já se faz na habitação social".
Para o empresário, não há "mínima dúvida" que para isto acontecer é necessária uma alteração em termos de planeamento". "Esperemos que o Governo que vá entrar em funções tenha essa sensibilidade", disse, lembrando que Luís Montenegro reuniu com os hoteleiros do Algarve e, por isso, não pode alegar que desconhece as preocupações.
O dirigente da AHETA considera ainda que "esta é a altura ideal" para ir ao encontro das pretensões dos hoteleiros, dado que decorre a revisão dos planos diretores municipais (PDM), instrumentos de planeamento e ordenamento do território.
"Consideramos a altura ideal para introduzir esta pretensão: a criação de uma bolsa de terrenos para que sejam vendidos fora dos preços de mercado e para construção de habitação enquadrada no regime de habitação social", reforçou.
O objetivo "é que se possa construir habitações de várias tipologias, fora de zonas de influência turística, a quatro ou cinco quilómetros de distância da unidade hoteleira, para posteriormente serem disponibilizadas aos funcionários", precisou.
Aquele responsável disse esperar que a proposta, também apresentada aos partidos durante a campanha eleitoral, "possa ter seguimento a breve prazo, já que todos os partidos manifestaram a sua concordância".
A resolução do problema da falta de habitação no Algarve passou a ser uma estratégica prioritária também para os empresários da hotelaria, no recrutamento de mão-de-obra para o setor, problema que se tem vindo a agravar nos últimos anos.