House Refuge: o projeto que ajuda os cidadãos a adotarem "medidas de autoproteção" em caso de incêndio
Em declarações à TSF, o investigador Miguel Almeida refere que os incêndios exigem uma nova abordagem em termos de construção, sugerindo que as "pessoas devem ser autónomas em termos de energia e de água"
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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra criou o House Refuge, um projeto que procura ensinar os cidadãos a protegerem-se a si e às suas propriedades em caso de incêndio. Em declarações à TSF, o investigador Miguel Almeida adianta três medidas que podem ser adotadas para que as casas tenham "maior probabilidade de sobrevivência aos incêndios".
"Uma delas é a proteção passiva, que envolve a gestão dos combustíveis, quer vegetação, quer combustíveis antropogénicos. A gestão de todo o espaço envolvente, aquelas chamadas faixas de gestão de combustível em torno das construções, portanto, boas práticas, seleção da vegetação que deve estar em torno das nossas casas e que é benéfica para a gestão do risco de incêndio. Também boas práticas construtivas que devem ser seguidas para que as casas possam sobreviver ou tenham maior probabilidade de sobrevivência aos incêndios. E depois uma terceira componente que são os sistemas de autoproteção", explica à TSF Miguel Almeida.
O investigador sublinha que as "pessoas devem ser autónomas em termos de energia e de água", tendo, por exemplo, um gerador em casa.
"Os sistemas públicos durante uma catástrofe podem falhar e as pessoas podem ter um excelente sistema de autoproteção, mas se não tiverem energia ou se não tiverem água, não haverá sentido na existência desse sistema de autoproteção. Portanto, as pessoas devem ser autónomas em termos de água e energia", destaca, sublinhando que os incêndios exigem uma nova abordagem em termos de construção.
"Enquanto no passado nós poderíamos contar com os serviços públicos de Proteção Civil, atualmente podemos continuar a contar com eles, mas aqueles incêndios com maiores dimensões assumem tal extensão e tal intensidade que os meios de Proteção Civil nem em Portugal, nem em qualquer outro país, como vemos neste momento nos Estados Unidos, conseguem acudir a todos os pedidos de socorro. A solução passará efetivamente pela capacidade de autoproteção que cada cidadão tem para que no caso de incêndio se possa proteger", considera.
O House Refuge pode ser consultado aqui.