Hugo Marçal e Adelino Granja concordam na reabertura do processo Casa Pia, isto depois das declarações de Carlos Silvino, que agora iliba todas os condenados neste caso.
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O advogado Hugo Marçal, um dos condenados no caso Casa Pia, espera que o processo venha a ser revisto, após as declarações de Carlos Silvino, que ilibou, em declarações à revista Focus, os condenados neste caso.
«Do ponto de vista jurídico, isto é peregrino e nalguma coisa vai ter que ser feita. Do meu ponto de vista, agora também na qualidade de advogado, deve ser aberto o inquérito, apurar as responsabilidades das pessoas todas que contaram esta fraude e serem castigadas», defendeu.
Ouvido pela TSF, Hugo Marçal considerou, contudo, que estas declarações, nada irão mudar do ponto de vista processual, dado que os «senhores desembargadores irão apreciar a prova e isso irá ser mais que suficiente para absolver as pessoas».
Este advogado considera ainda que Carlos Silvino terá muito mais para contar a avaliar pelo que o principal arguido do processo Casa Pia já lhe disse «na presença de terceiros».
«Disse-me coisas gravíssimas em relação a prevaricações de magistrados e de polícias. O que ele me disse envolve mais pessoas, que nem passa pela cabeça», concluiu.
Por seu lado, o advogado Adelino Granja, que representa o jovem Joel, que deu origem a este processo, também considerou, em declarações à TSF, que estas declarações deveriam provocar a reabertura do processo.
«Se ele alguma vez vier a dizer que também as outras testemunhas mentiram ou foram coagidas pela Judiciária, conforme se retira das declarações dele, e se as próprias vítimas foram coagidas a denunciar A, B, C ou D acho que dará certamente para a reabertura do processo», acrescentou.
Por seu lado, o advogado do ex-provedor da Casa Pia, Manuel Abrantes, diz que já nada o surpreende neste processo, ainda que não saiba muito bem o que pode acontecer após estas declarações de Carlos Silvino.
«Se tivermos em conta que o depoimento de Carlos Silvino foi o elemento de prova decisivo para vários arguidos e se afinal de contas vem dizer que é tudo mentira isso põe em crise o elemento fundamental da prova que levou à condenação destas pessoas. Parece-me que isto tem de ser ponderado no processo», recordou Paulo Sá e Cunha, também ouvido pela TSF.