Igualdade no Trabalho: «mulheres sobem escada normal e homens uma escada rolante»

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A Comissão para a Igualdade no Trabalho recebeu mais queixas no último ano. Maioria está relacionada com impossibilidade de cumprir o que está na lei e conseguir conciliar emprego e família.
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A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) recebeu mais queixas em 2014. Foram 210 reclamações, uma subida de 23%. Quase todas voltam a ser de mulheres.
À TSF, Joana Gíria, a presidente desta comissão dependente do governo que tenta garantir a igualdade entre sexos no local de trabalho, explica que a maioria das queixas estão relacionadas com empresas que não cumprem a lei que pretende conciliar trabalho e família.
A responsável sublinha os casos de patrões que não permitem aos trabalhadores terem o direito ao horário flexível ou trabalho a tempo parcial, previsto para quem tem filhos menores de 12 anos. Joana Gíria recorda que as entidades empregadoras têm de facultar aos trabalhadores e trabalhadoras esta possibilidade de conciliar a vida profissional e particular.
A presidente da CITE diz mesmo que o problema anterior é o maior enfrentado atualmente pelas mulheres: «existe o estereótipo da mulher cuidadora da casa o que as obriga, por vezes, a serem super-trabalhadoras e super-mães». Joana Gíria diz que para progredir na carreira as mulheres «sobem uma escada normal enquanto os homens têm uma escada-rolante».
Para além da dificuldade em conseguir um horário flexível de acordo com a lei, as queixas mais comuns que chegam à CITE estão relacionadas com amamentação, diferenças nos salários e faltas para consultas pré-natais que são descontadas nos ordenados.