No Japão, alguns homens querem ir além dos papéis tradicionais e participar mais na criação dos filhos. Para isso, estão a recorrer a cursos só para homens.
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Uma sondagem feita recentemente no Japão mostra que 70% dos homens e 60% das mulheres não casados, na faixa etária entre os 18 e os 34 anos, não está numa relação, o que preocupa o governo, que tem aumentado os apoios à parentalidade.
Quando questionados sobre se tencionam procurar uma vida a dois, a maioria dos inquiridos diz que sim, mas só quando encontrar o parceiro certo. Alguns homens japoneses estão por isso a apostar num tipo específico de formação: os cursos "Ikumen", que - esperam - os venham a tornar mais "atrativos" para o sexo oposto, mas também lhes permitam ter uma maior proximidade com os filhos.
No passado dia 18 de setembro decorreu em Tóquio, no Japão, o primeiro curso organizado pela Ikumen University. No curso, com a duração de um dia, homens solteiros aprenderam a dar banho a um bebé de plástico, a vesti-lo e a confortá-lo, assim como a melhor compreender a perspetiva feminina da gravidez, através de exercícios que incluem vestir uma "prótese de gravidez" com sete quilogramas de peso. Alguns homens casados procuraram também o curso para melhor se prepararem para serem pais.
O conceito "Ikumen" tem a sua origem na combinação da palavra japonesa para "cuidado de crianças" - "iku-ji" - e o inglês para homens,"men", e surgiu para definir uma tendência crescente, apesar de tímida, para um maior envolvimento dos pais na educação dos filhos, contrariando as convenções tradicionais japonesas, que atribuem ao homem o papel de trabalhar fora de casa, e à mulher o de trabalhar em casa e de criar os filhos.