Um ano depois da polémica, a associação continua a ser classificada como "ucraniana" pelo Comissariado das Migrações.
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Depois de o Expresso revelar que a associação de russos de esteve no centro da polémica pelo acolhimento de refugiados ucranianos, em Setúbal, continua a ser classificada como "ucraniana" pelo Comissariado das Migrações, a Iniciativa Liberal pede a audição "com caráter de urgência" da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e da Alta-Comissária para as Migrações, Sónia Pereira.
O partido alerta que "existe o risco de o Estado português estar a colocar em perigo a vida e os dados pessoais dos refugiados ucranianos acolhidos por Portugal", já que as associações "poderão não representar fielmente os interesses legítimos dos cidadãos ucranianos e que, mais grave ainda, poderão estar ligadas ao regime de Putin.".
"Existem indícios de ligações pró-russas por parte de algumas das associações que fazem parte da lista de representantes da comunidade ucraniana junto do ACM e no caso da Edintsvo indícios e denúncias dessa ligação pró-russa", lê-se no requerimento.
Os liberais lembram que "é dever do Estado e das suas autoridades salvaguardar os direitos fundamentais dos cidadãos que requerem asilo junto de Portugal".
De acordo com o Expresso, a justificação do Alto Comissariado para as Migrações, tutelado pelo Ministério Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, é que "os documentos destas associações estão em ordem com a legislação portuguesa". Uma justificação que "é implausível", defendem os liberais.
Em declarações à TSF, o líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, reitera que são necessárias "explicações urgentes" e rejeita as justificações do Governo: "Só pode ser uma desculpa".
"Passado um ano confirma-se que o Alto Comissariado para as Migrações não afastou esta associação e continua a considerá-la como uma associação ucraniana. Isto é inaceitável", atira.
Rodrigo Saraivava faz até uma comparação com a fatídica noite de 26 de abril, quando os serviços secretos foram acionados para recuperar o computador de Frederico Pinheiro. Neste caso, defende o partido, "aqui deveria recorrer aos serviços de informações para fazer uma avaliação destes agentes infiltrados de potências estrangeiras".