IL quer ver clarificadas "questões política e éticas" da indemnização polémica na TAP
Rodrigo Saraiva nota que é preciso perceber se Alexandra Reis saiu pelo próprio pé ou se foi demitida e se, neste último caso, tal aconteceu por incompetência ou por incompatibilidades.
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A Iniciativa Liberal (IL) alerta que "urge clarificar" as questões políticas e éticas levantadas em torno do polémico pagamento de uma indemnização de meio milhão de euros, por parte da TAP, à atual secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
Em declarações à TSF, o líder parlamentar liberal assinala que, no esclarecimento feito esta tarde, a governante "está a demonstrar que se está a agarrar muito à questão jurídica e à questão legal, quando há questões políticas e de ética que urge clarificar".
Alexandra Reis, atual secretária de Estado do Tesouro, disse hoje que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.
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Numa declaração escrita enviada à Lusa, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
Esta segunda-feira, a IL questionou o processo, procurando saber se Alexandra Reis "tinha saído pelo seu próprio pé ou se tinha sido demitida e, no caso de ter sido demitida, se teria sido por incompetência ou se por incompatibilidades".
Rodrigo Saraiva nota que esta é uma questão importante porque cada uma das respostas tem significados de gravidade distinta: "Se foi por incompetência é grave, porque a seguir foi para outra empresa pública e depois, a seguir, foi inclusive para o Governo. Se foi por incompatibilidade, o que significa é que havia uma incompatibilidade entre duas pessoas que tinham sido selecionadas pelo atual Governo, pelo senhor ministro Pedro Nuno Santos."
Neste último caso, nota o parlamentar, "a senhora CEO da TAP só teria de falar com Pedro Nuno Santos, enquanto ministro representante da tutela, o acionista, para resolver essa incompatibilidade".
Face à polémica, a IL lembra que tem como objetivo saber "como é que têm sido geridos os 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes que foram esbanjados na TAP" e nota esperar que, em breve, "seja debatido, votado e aprovado" o projeto do partido para "solicitar uma auditoria ao processo de nacionalização" da companhia aérea.