Imigrantes indianos em Vinhais viviam sem água quente e dormiam em colchões no chão
A presidente da junta de freguesia de Quirás e Pinheiro Novo garante à TSF que a junta não sabia que o edifício degradado da casa do povo ia servir de casa a estes imigrantes.
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Os imigrantes que alegaram estar a trabalhar com pagamentos em atraso e com problemas na alimentação, em Vinhais, viviam sem água quente e dormiam em colchões no chão. A GNR anunciou, na terça-feira, que está a investigar uma denúncia de maus-tratos por parte da entidade patronal a oito imigrantes indianos colocados a trabalhar numa aldeia de Vinhais.
Os oito imigrantes estavam alojados no edifício degradado da casa do povo de Pinheiro Novo, cedida pela Junta de Freguesia a pedido de associação de baldios, a entidade que adjudicou os trabalhos de reflorestação que estavam a ser executados pela empresa Turma Rústica de Vila Verde, no distrito de Braga.
Em declarações à TSF, Zélia Diegues, presidente da junta de freguesia de Quirás e Pinheiro Novo, adianta que os imigrantes já estão a viver noutro sítio, mas a junta de freguesia não sabe onde nem em que condições.
"O espaço não é mau. Acho que o essencial era a água quente, que não tinham, e não tinham camas, tinham colchões. Viveram nestas condições até agora, foram embora na quinta-feira", afirmou, sublinhando que a junta de freguesia de Quirás e Pinheiro Novo não tem informações sobre onde se encontram agora estes imigrantes.
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A denúncia da falta de condições chegou à GNR a 15 de fevereiro através de uma chamada telefónica de uma das alegadas vítimas. Zélia Diegues garante que quando o pedido da associação de baldios chegou à junta de freguesia, a junta não sabia que o espaço ia servir de casa a estes imigrantes.
"A nós não nos explicaram que era para ficarem a viver, unicamente pediram-nos o espaço porque vinha aí uma empresa com pessoal. Não estava a par da situação, quando vimos o que estava a acontecer, foi denunciado o caso", sublinhou.
O caso está a ser investigado sob a tutela do Ministério Público.