"Impacto brutal." Aumento do salário mínimo em 2024 pode levar ao encerramento de lares
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas fez as contas e, com as despesas de subsídios de férias e Natal mais a Taxa Social Única, está em causa um aumento de 85 euros por trabalhador. Manuel Lemos refere que "tem de se aumentar a comparticipação do Estado e a comparticipação das famílias".
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O aumento do salário mínimo no próximo ano pode levar ao encerramento de muitos lares. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, explica que a subida do salário mínimo para os 820 euros implica também maiores despesas com os subsídios de férias e de Natal, bem como com a TSU. Com tudo somado, Manuel Lemos avisa que o impacto nas contas dos lares será "brutal".
"O impacto é brutal, porque se fizer as contas são 60 euros mais a parte do subsídio de Natal e o subsídio das férias, mais os seguros que os trabalhadores têm que ter, mais a taxa social única, que são logo 22,3%, o que atira este aumento de 60 para 85 euros. Ora, 85 euros é um valor brutal por trabalhador e nós não somos uma fábrica que tem muitos robôs, nós funcionamos como uma mão de obra intensiva e, portanto, é um impacto muitíssimo significativo", explica à TSF o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.
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Manuel Lemos lembra que "sem ovos não se fazem omeletes" e diz que vai ser preciso encontrar uma forma de aumentar as receitas das misericórdias.
"Nós atualmente recebemos de comparticipação do Estado qualquer coisa como 523 euros. Pelas minhas contas, o impacto quase direto disto representa qualquer coisa como à volta de 7%, portanto, tem de se aumentar a comparticipação do Estado e tem de se aumentar a comparticipação das famílias. De outra maneira é insustentável e há instituições que, pura e simplesmente, não aguentam isto. Sem ovos não se fazem omeletes", refere.
Manuel Lemos adianta que há instituições que correm o risco de fechar: "É fatal, podem aguentar mais dois ou três meses, mas é fatal."