Impacto no futebol e nas festas populares: trabalhadores fazem greve às horas extra, Metro de Lisboa quer "reforçar oferta"
O Metro de Lisboa refere, contudo, que no sábado serão feitos "todos os esforços para reforçar a oferta na rede, procurando ajustá-la à procura verificada, dentro dos limites técnicos e operacionais existentes". Recomenda, por isso, que as deslocações dos adeptos aconteçam "de forma antecipada"
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Os trabalhadores do Metro de Lisboa iniciam esta sexta-feira uma greve às horas suplementares e eventos especiais e que terá impacto na final da Liga dos Campeões de futebol feminino, no sábado, e nos Santos Populares, segundo fonte sindical.
Em declarações à agência Lusa, Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), adiantou que a greve ao trabalho suplementar e eventos especiais vai durar 30 dias, renovável por igual período.
Em causa está, segundo a sindicalista, a luta pelo aumento do subsídio de almoço e redução para as 35 horas de jornada de trabalho semanal.
A sindicalista defendeu que os trabalhadores “não servem só para os eventos especiais”, ao contrário da empresa, que “vive apenas para os eventos”.
“Em causa está o cumprimento do acordo de empresa e o acordo que a empresa fez connosco no final de dezembro para levantar uma greve similar relativamente ao pagamento do dinheiro que é devido aos trabalhadores desde sempre, portanto as variáveis remuneratórias [trabalho suplementar e feriados]”, disse.
De acordo com Sara Gligó, os trabalhadores exigem também a reposição imediata dos efetivos em falta, porque, “sucessivamente nos planos de atividades e orçamentos", a empresa vai pedindo trabalhadores, mas o Governo não concretiza nas áreas operacionais.
“A empresa tem cumprido as suas metas nas áreas de quadros superiores, mas nos operacionais nem por isso”, disse, adiantando que querem igualmente “a abertura imediata do regulamento de carreiras”.
Sara Gligó alertou para a possibilidade de esta greve ao trabalho suplementar vir a ter impacto já no próximo sábado na final da Liga dos Campeões de futebol feminino e nas Festas de Lisboa, que vão decorrer durante todo o mês de junho em Lisboa.
“A empresa tem falta de efetivos e por isso precisa de recorrer a trabalho suplementar. Possivelmente, teremos tempos de espera superiores e atrasos na manutenção das composições. Tudo depende da empresa. Os sindicatos estão sempre disponíveis para negociar”, disse.
Num comunicado enviado às redações, a empresa refere, contudo, que no sábado serão feitos "todos os esforços para reforçar a oferta na rede, procurando ajustá-la à procura verificada, dentro dos limites técnicos e operacionais existentes". Recomenda, por isso, que as deslocações dos adeptos aconteçam "de forma antecipada", de forma a evitar "períodos de maior concentração".
"Em caso de procura excecionalmente elevada, a aglomeração de clientes nos cais poderá condicionar a frequência dos comboios com eventuais aumentos dos tempos de espera. Aos clientes que não disponham de título de transporte pré-comprado, sugere-se a aquisição antecipada do título de transporte, por forma a evitar filas e garantir maior fluidez no acesso às estações", lê-se no comunicado.
O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
Normalmente, o metro funciona entre as 06h30 e a 01h00.
*Notícia atualizada às 17h54
