
Chamila Karunarathne/EPA
Vários países europeus desaconselham a administração desta vacina a quem tenha mais de 65 anos.
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Luís Graça, investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, defende que Portugal deve aprovar o uso da vacina da AstraZeneca e Universidade de Oxford para quem tem mais de 65 anos.
Nos últimos dias, vários países europeus avançaram com esta proibição, incluindo a Dinamarca, a Noruega, a Alemanha, a França e a Suécia, mas em Portugal ainda se espera por uma decisão da task force responsável pelo plano de vacinação, prometida até ao final desta semana.
Em declarações à TSF, o imunologista Luís Graça considera que a vacina da AstraZeneca pode ser fundamental para travar mais rapidamente o agravamento da pandemia em Portugal. "Há uma urgência em proteger os grupos mais vulneráveis, na sua maioria pessoas mais idosas."
O investigador lembra que não existem dados que comprovem que esta vacina é menos eficaz, apenas há falta de documentação nesse sentido porque foram poucas as pessoas com mais de 65 anos representadas nos ensaios clínicos, tal como no caso de outras vacinas.
Além disso, no Reino Unido milhares de idosos já receberam esta vacina e tudo indica que estas pessoas "são capazes de fazer boas respostas imunitárias quando vacinadas com a vacina da AstraZeneca", nota.
A Agência Europeia do Medicamento deu na semana passada "luz verde" à utilização da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 na União Europeia, considerando-a apropriada para todos os adultos.
No entanto o regulador reconheceu que nos vários ensaios clínicos realizados participaram sobretudo pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 55 anos, e não há ainda resultados suficientes nos participantes com mais de 55 anos.
As primeiras vacinas da AstraZeneca - mais de 100 mil doses - chegam a Portugal no início da próxima semana.
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