Incêndio em Aljezur: vento provoca "várias reativações" e dificulta combate no terreno
No terreno continuam mais de 500 operacionais de várias corporações de bombeiros e sete meios aéreos. Mas até as aeronaves têm tido "dificuldade em operar", em virtude da elevada quantidade de fumo e "turbulência" provocadas pelas rajadas de vento
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O "vento moderado a forte" tem provocado "várias reativações" do incêndio em Aljezur que, entretanto, já se estendeu para a zona de Lagos, no Algarve.
O foco principal continuar a estar situado em Barão de S. João e tem já uma extensão de sete a oito quilómetros.
Em declarações aos jornalistas, o segundo comandante operacional da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, adianta que as dificuldades já tinham sido antecipadas pelos operacionais.
"Devido à ação do vento moderado a forte, estão a ocorrer várias reativações em todo o perímetro do incêndio, com elevado potencial desenvolvimento", adianta.
No terreno continuam mais de 500 operacionais de várias corporações de bombeiros e sete meios aéreos. Mas, segundo Abel Gomes, até as aeronaves têm tido "dificuldade em operar" em virtude da elevada quantidade de fumo e "turbulência" provocadas pelas rajadas de vento.
Por enquanto, não há casas em risco, mas o comandante não prevê horas mais fáceis.
"As notícias não são boas, pelo menos para já. Até pelo menos ao cair da noite, vamos ter esta intensidade de vento", sublinha.
O comandante espera, contudo, que nas próximas horas a força do vento possa estabilizar e os níveis de humidade possam subir. Estas condições vão permitir "melhorar a situação no teatro de operações".
Embora até agora, oficialmente, só tenha ardido uma casa de segunda habitação, há já outras instalações que foram afetadas e que pertencem a pessoas que vivem neste local de forma nómada, em caravanas ou casas ilegais, muitos deles estrangeiros. O presidente da câmara de Aljezur sublinha que nesta altura não se pode saber exatamente o que ardeu, mas faz um apelo.
"É muito importante que, quem vive nestas condições, tenha a noção do perigo que se está a sujeitar. Porque nós, mesmo com o esforço grande que se tem feito, não conseguimos quantificar e há pessoas a viver nessas situações. E, muitas vezes, as forças de segurança que atuam no terreno e a câmara municipal, nalgumas situações, não têm esse conhecimento", sublinha.
Por enquanto, o fogo não está próximo de nenhum aglomerado populacional, mas até agora já ardeu uma vasta área florestal de pinheiros, sobreiros e eucaliptal.