Incêndio em Odemira com dois pontos "críticos" que "inspiram muita preocupação"
A GNR identificou como vias condicionadas a EN 120, a municipal 501, o caminho municipal 1186 e o caminho municipal 1001.
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O incêndio que começou em São Teotónio (Odemira), no sábado, e que já obrigou à retirada preventiva de cerca de 1400 pessoas, mobiliza na manhã desta terça-feira 847 operacionais, 282 viaturas e seis aeronaves, "condicionadas pelas condições meteorológicas".
Em declarações aos jornalistas, a Proteção Civil destaca que os trabalhos realizados durante a noite, "que exigiram um forte empenhamento de todo o dispositivo no terreno", permitiram fazer "uma estabilização do perímetro do incêndio".
No entanto, existem ainda dois pontos considerados "críticos": a norte, na zona da Delfeira e a sul, na frente virada a Monchique. Estas são duas zonas que ainda "inspiram muita preocupação", prevendo-se uma tarde "de muito trabalho" para esta terça-feira, uma vez que o quadro meteorológico é semelhante ao enfrentado na segunda-feira.
Na segunda-feira, os operacionais deram prioridade à defesa e proteção das populações, mas a estabilização do perímetro do incêndio esta terça-feira permite que agora o foco esteja na "supressão do incêndio", havendo assim uma alteração ao plano estratégico de ação.
O comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Ribeiro, avança ainda que o INEM prestou, na segunda-feira, assistência a 48 pessoas, 28 das quais bombeiros e oito civis.
Já a GNR deslocou um total 1438 cidadãos das várias frentes do incêndio, identificando ainda como vias condicionadas a EN 120, a municipal 501, o caminho municipal 1186 e o caminho municipal 1001.
Os serviços municipais de Proteção Civil afirmam também que mantêm um conjunto de zonas de concentração de apoio à população "em prontidão para acolher cidadãos que tenham de ser deslocados".
José Ribeiro realça o "trabalho extraordinário" de todos os agentes de segurança durante a noite de segunda-feira, mas não esconde a "preocupação" para o que falta enfrentar nesta terça-feira.
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Em declarações à TSF, André Duarte, trabalhador de um café em Odeceixe, no concelho de Aljezur, conta que o estabelecimento teve de ser fechado uma vez que a zona estava a ser evacuada, tendo a população sido aconselhada a deslocar-se, numa primeira fase, para o campo de futebol de São Miguel. No entanto, com o evoluir da situação, as pessoas acabaram por ser depois transportadas para São Teotónio.
André Duarte sublinha que a tarde de terça-feira foi de muita "aflição" e a população teve de auxiliar no combate às chamas.
Se as casas "escaparam" ao incêndio foi graças à ação da população, que se incumbiu do esforço de tentar apagar o fogo que ameaçava chegar às habitações, diz lamentando assim a "falta de ajuda" dos operacionais.
"Praticamente teve de ser a população a tentar apagar os fogos. Ainda se via um carro ou outro, mas muito escassos, e aviões nada", explica.