O Governo vai esta sexta-feira ao terreno avaliar os estragos.
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O presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, estima que os danos provocados pelo incêndio desta semana sejam muito avultados. O fogo destruiu mais de oito mil hectares e só foi controlado ao fim de cinco dias.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o secretário do Turismo e Comércio, Nuno Fazenda, visitam a região esta sexta-feira para avaliar os estragos. Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara de Odemira não avança números, mas não tem dúvidas em usar um adjetivo do outro mundo.
"Estamos a fazer um levantamento exaustivo. Foi criado, no âmbito do Plano Municipal de Segurança, uma comissão que fará a avaliação dos danos, sejam infraestruturas ou estruturas privadas e, portanto, isso está a ser feito e esperamos, o mais rapidamente possível, também ter aqui uma panorâmica geral dos prejuízos que, à primeira vista, são estratosféricos, até em termos ambientais. São absolutamente incalculáveis", revelou Hélder Guerreiro.
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Odemira, Aljezur e Monchique foram os três concelhos tocados pelas chamas. Nesta altura, o dispositivo mantém-se no terreno apesar de o fogo estar em fase de rescaldo.
"Neste momento estamos num trabalho absolutamente fundamental para os próximos dias, que é vigilância, rescaldo e arrefecimento dos pontos mais quentes, que ainda são alguns a sul, mas a noite também está a ajudar ainda que hoje seja um dia mais quente. De qualquer das maneiras, o dispositivo está no terreno, está alerta, está preocupado e está disponível. Não só dispositivo terrestre como também o dispositivo aéreo que tem alguma disponibilidade ainda para poder socorrer em situações de emergência, tal e qual como aconteceu ontem, por duas ou três vezes", acrescentou à TSF o presidente da Câmara de Odemira.
Os bombeiros que realizam rescaldo e vigilância no perímetro do incêndio de Odemira, no distrito de Beja, evitaram na quinta-feira que dois reacendimentos ganhassem grandes proporções.
O incêndio rural numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, concelho de Odemira, a meio da tarde de sábado, e entrou nos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur.
A área ardida provocada por este incêndio ascende a cerca de 8400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.
Desde o início do fogo, foram assistidas pelas equipas médicas no local 42 de pessoas e nove foram transportadas para unidades hospitalares, sem registo de situações de gravidade.
O incêndio destruiu pelo menos duas casas, uma de primeira habitação no Vale Juncal, em São Teotónio, concelho de Odemira, e outra, que será uma casa de férias, na zona da Boavista, em Odeceixe, concelho de Aljezur.
As chamas destruíram igualmente uma unidade de turismo rural, também no Vale Juncal, com os proprietários a queixarem-se da falta de assistência dos bombeiros.