Incêndio em Odemira dominado, mas esperam-se "muitas reativações ao longo do dia"
O fogo mantém pontos preocupantes na frente sul.
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O incêndio em Odemira, que lavrava há cinco dias, foi "dado como dominado" às 10h15 desta quarta-feira, mas a Proteção Civil avisa que ainda terá "muitas reativações ao longo do dia".
"Temos alguns pontos que merecem particular atenção. Vamos ter muitas reativações ao longo do dia, até porque o vento mudou de quadrante e vai afetar principalmente a frente sul. A área afetada é inferior à que referi ontem. Situa-se nos 8400 hectares, embora esta informação ainda seja preliminar", alertou aos jornalistas o comandante de operações Vítor Vaz Pinto.
No terreno ainda estão 1051 operacionais, 320 veículos, 11 máquinas arrasto e 15 meios aéreos - cinco aviões e dez helicópteros - que serão desmobilizados ao longo do dia. Há também ainda algumas estradas cortadas.
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"A estrada municipal 501 ainda está com alguns cortes. O caminho municipal 1186 também ainda está cortado. Em relação à assistência à população, de ontem para hoje foram assistidos mais sete populares, um deles transferido para unidade hospitalar. Ao todo, desde o início do incêndio foram assistidos 43 populares e nove transportados para unidades hospitalares", revelou o comandante.
Segundo Carlos Raposo, do INEM, todos os feridos foram leves, embora alguns tenham precisado de ser transportados para o hospital.
"Tiveram traumatismos decorrentes das forças de combate ao incêndio. Tudo situações ligeiras que depois tiveram alta, sem complicações de maior", ressalvou.
Nestes cinco dias de incêndio, 1459 pessoas foram retiradas de casa, mas já podem regressar às suas habitações.
Problemas no SIRESP? "Isso é falso, é mentira"
O comandante de operações negou também que, durante o incêndio, se tenham registado problemas de comunicação, nomeadamente com a rede SIRESP.
"Isso é falso, é mentira. Temos duas estações móveis: uma da Guarda Nacional Republicana e outra da Autoridade Nacional de Proteção Civil neste teatro de operações para a eventualidade de haver alguma situação ao nível das comunicações. Não há nenhum sistema de comunicações do mundo que cubra toda a área. Este sistema não comprometeu a operação nunca e tem meios redundantes de comunicação na eventualidade de surgir alguma situação. Gostava que isto ficasse claro também", sublinhou Vítor Vaz Pinto.
O incêndio de Odemira está assim em fase de resolução depois de, durante a noite, as condições meteorológicas, como o aumento da humidade, terem sido mais favoráveis.
Este incêndio começou no sábado. Inicialmente, na terça-feira, a Proteção Civil avançou que teria atingido dez mil hectares de área ardida, mas esta quarta-feira corrigiu a informação para 8400 hectares. Uma das maiores preocupações das autoridades é evitar que o incêndio entre na vasta serra de Monchique, fortemente atingida por outros fogos em anos anteriores, sobretudo em 2018.