Incêndio na Madeira: turistas não respeitam alertas e dificultam combate às chamas

Homem de Gouveia/Lusa
Para evitar problemas, a presidente da Câmara da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, mandou fechar vários acessos
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O incêndio na Madeira mantém várias frentes ativas, algumas em áreas de difícil acesso. Além das chamas, as autoridades madeirenses confrontam-se agora com outro perigo: os turistas não respeitam os alertas e indicações das autoridades e acabam por colocar-se em risco. Para evitar problemas, a presidente da Câmara da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, mandou fechar vários acessos.
"Não estou à espera que os turistas ouçam as nossas notícias, nem as entendam, mas peço pelo menos às pessoas que estão nas receções dos hotéis, que têm algum contacto direto com eles, que façam um apelo para que não se dirijam a estes locais. Em situações de incêndios, não percebo como é que se vai em passeio nesse sentido e, portanto, para simplificar e para não haver risco de os bombeiros terem de se deslocar para socorrer alguém, colocámos pessoal da câmara municipal na entrada destes trilhos para ninguém entre", adianta.
O incêndio rural na Madeira deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos moradores já regressaram ou estão a regressar a casa, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
Ao início da noite de segunda-feira, o fogo mantinha duas frentes ativas, na Encumeada (Ribeira Brava) e no Paul da Serra (Ponta do Sol), o que levou à retirada de cerca de 60 pessoas da Furna (Ribeira Brava), a ser transportadas para o pavilhão desportivo do município.
No terreno encontravam-se mais de 40 veículos de combate a incêndios e mais de 150 bombeiros madeirenses, dos Açores e da Força Operacional Conjunta da Proteção Civil, proveniente do continente, assim como o meio aéreo do Serviço Regional de Proteção Civil, além de operacionais de outros organismos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão.
Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para sete mil hectares ardidos desde o início do incêndio.