Em causa está o inquérito ordenado pelo Ministério da Administração Interna à ANPC sobre as refeições servidas aos bombeiros durante o combate aos incêndios.
Corpo do artigo
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) exigiu ao Governo a demissão do diretor de auditorias da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), acusando-o de má-fé e incompetência no inquérito sobre fornecimento de refeições aos operacionais.
"Não houve nenhuma irregularidade. Os inspetores da Autoridade Nacional de Proteção Civil é que, para agradarem ao seu dono, ao seu amo, não se importam de desrespeitar e pôr em causa a honorabilidade, a dignidade e a honradez de uma associação humanitária de bombeiros. A sua incompetência é que os leva, efetivamente, a estas atrocidades", disse Jaime Marta Soares.
TSF\audio\2017\12\noticias\20\jaime_marta_soares_ma_fe
Em causa está o inquérito ordenado pelo Ministério da Administração Interna à ANPC sobre as refeições servidas aos bombeiros durante o combate aos incêndios, no qual foram alegadamente detetadas irregularidades e discrepâncias entre as refeições servidas por 12 associações humanitárias e os documentos que as comprovam.
Em declarações no final da sessão solene do 135º aniversário dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, alegou que a LBP não pôs em causa a necessidade de auditorias, mas reclamou auditorias "sérias e transparentes".
Liga dos Bombeiros fala em fiscalização de "má-fé"
"O inspetor de auditorias e fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção Civil está de má-fé. E lançou a suspeição para cima de todos os bombeiros portugueses quando há uma dúzia de associações que não cometeram nenhuma ilegalidade", frisou o presidente da Liga.
TSF\audio\2017\12\noticias\20\jaime_marta_soares_ma_fe
Jaime Soares admitiu que "há uma diferença" entre as refeições fornecidas aos bombeiros e as faturas da compra de alimentos que "não correspondem ao mesmo valor, nem podem corresponder", porque parte dos alimentos resultam de doações das pessoas, alegou.
Na sessão solene realizada na noite de terça-feira, Jaime Soares dirigiu-se ao secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves, presente na cerimónia, e exigiu ao governante que demitisse "imediatamente" o diretor de auditorias e fiscalização da ANPC, acusando-o de "falta de capacidade e honestidade intelectual" para exercer as funções.
Na resposta, Artur Neves defendeu a realização de auditorias, afirmando que "todos devem ser escrutinados". "A seu tempo, as instituições terão justificações para dar e não haverá problema a esse nível. Não vamos fazer disto uma luta, porque não vale a pena", retorquiu o secretário de Estado.