Incêndios de Pedrógão. Movimento pelo Interior pede aos partidos um "pacto urgente pelo país"
O incêndio que deflagrou a 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande e alastrou a concelhos vizinhos fez 66 mortos
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No dia em que Portugal lembra o grande incêndio que atingiu os concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, que aconteceram há sete anos, o ex-autarca e fundador do Movimento pelo Interior, Álvaro Amaro, deixou no Fórum TSF um pedido urgente aos partidos.
"Exige-se, de facto, o pacto pelo país e já não é caso único. A Irlanda fez isso com os níveis de desenvolvimento que são conhecidos. Todos os partidos assinaram isso. O Presidente da República fez no outro dia uma grande homenagem ao 10 de Junho, em Pedrógão. Muito bem, houve mais essa boa intenção, mas porque não sentar os responsáveis políticos à mesa dizer: ‘Meus senhores, agora é a hora da coesão do território, agora é hora de olhar para o país como um todo’", pediu Álvaro Amaro.
A bióloga, professora da Universidade de Coimbra e ex-coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas, considera também no Fórum TSF que os grandes incêndios de 2017, de junho e de outubro, despertaram consciências para a realidade do interior, mas o sobressalto nacional ficou longe do que se esperava.
"Teriam merecido muito mais as pessoas que aqui vivem e que viveram de perto. É claro que foi a região Centro no conjunto, mas particularmente o Pinhal Interior tinha a meu ver justificado uma outra forma de agir muito mais comprometida do país porque, de facto, aquilo que aconteceu foi uma tragédia humana nunca vista em Portugal e teria justificado realmente uma aposta clara, diferente, transformadora e radical das soluções. Devia ser o nosso território de coração, de eleição para fazer a diferença na mudança. Infelizmente não teve e a verdade é que continua a ser um território de elevado risco e continuam as pessoas aqui no Pinhal Interior à espera, ainda na esperança de que um dia olhemos para elas verdadeiramente com essa vontade de mudar, de acreditar e de investir que que seria necessária", acrescentou Helena Freitas.
O incêndio que deflagrou a 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande e alastrou a concelhos vizinhos fez 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e 50 empresas.
Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região centro fizeram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1500 casas e mais de 500 empresas.
