Incêndios: presidente do Observatório Técnico Independente estranha extinção do organismo
Francisco Castro Rego lamenta que o trabalho do Observatório não vá ter continuidade e aponta o dedo aos deputados.
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É com estranheza que o presidente do Observatório Técnico Independente dos incêndios vê a extinção do organismo. O prolongamento do mandato termina esta quarta-feira depois de esta extensão ter sido estabelecida em maio.
O presidente, Francisco Castro Rego, lamenta que o trabalho do Observatório não vá ter continuidade e aponta o dedo aos deputados.
"É de algum modo estranho que esta renovação do mandato do Observatório tenha sido feita por dois meses e sem uma perspetiva de continuação ou substituição por outra estrutura que possa desempenhar soluções equivalentes. Numa altura em que vimos que as alterações climáticas provocam situações completamente difíceis de controlar e em que nós, como país, estamos a prever um reforço financeiro de sete mil milhões de euros nos próximos dez anos, nestas áreas, parecia-nos ser perfeitamente razoável e importante. O problema dos incêndios está longe de estar resolvido", explicou à TSF Francisco Castro Rego.
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O Observatório pediu, no início do ano, que fossem dados mais meios ao projeto Aldeia Segura. Um programa com provas dadas, defendem os técnicos.
Meio ano depois, Francisco Castro Rego afirma que o reforço de meios não chegou e pede maior continuidade nos planos de combate aos fogos.
Ainda no mês passado este Observatório alertava no Parlamento que os fogos de 2017 se podem repetir. Na altura, morreram mais de cem pessoas.
Francisco Castro Rego acusa a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais de ter feito ouvidos de mercador às sugestões deixadas plo Observatório. Esta comissão técnica ainda está nesta altura a produzir um relatório para ser entregue ao Parlamento.
A apresentação do documento está marcada para daqui a duas semanas, mas o presidente do Observatório adianta que nele não deixarão de ser apontadas falhas no plano de ação do Governo.