O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, defendeu hoje a responsabilização dos autarcas na prevenção dos incêndios, nomeadamente obrigando os proprietários a limpar as matas
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O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, defendeu hoje a responsabilização dos autarcas na prevenção dos incêndios, nomeadamente obrigando os proprietários a limpar as matas.
«Já há leis que cheguem, resoluções que cheguem, planos que cheguem (...), já temos tudo, falta é dizer quem manda, quem é o principal responsável», afirmou Pedro Santana Lopes, defendendo que «tem ser quem está junto da terra».
Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, Pedro Santana Lopes abordou brevemente a questão dos incêndios, lembrando a sua experiência enquanto presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, concelho com 384 quilómetros quadrados.
Nessa altura, recordou, enquanto esteve à frente da autarquia, foram constituídas equipas que se espalharam pelos pontos altos do concelho e asseguravam vigilância 24 horas por dia.
«Os presidentes de câmara é que têm de obrigar as pessoas à limpeza das matas e têm depois que alertar para o poder central dizer à direção-geral 'tem esta quinta ali nesta território, esta mata não está limpa, notifiquei, continua por cumprir'. Fica registado, responsabilização em termos contra-ordenacionais, mas também criminais de quem não o faz», disse.
Pois, continuou, é impossível a quem está em Lisboa, seja na direção nacional da florestas ou na autoridade nacional de proteção civil, «chegar aos sítios todos do país».
«É revoltante, é motivo de raiva, Portugal não pode continuar a arder», sublinhou, acrescentando que «o Estado tem de se deixar de conversa».