Ricardo Rio sublinha o que diz ser "um enorme potencial de mercado" que a TAP não reconhece.
Corpo do artigo
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, criticou esta quarta-feira o plano de retoma das operações da TAP, afirmando que se trata de uma "inconcebível postura de menosprezo" em relação ao Norte.
Em declarações à Lusa, o também presidente do Eixo Atlântico disse ainda que o plano de retoma demonstra que aquela transportadora aérea, "afinal, não é de todos nem para todos os portugueses".
"É, no mínimo, estranho que uma companhia que se diz bandeira de Portugal não perceba que no Norte há uma imensa massa crítica e um enorme potencial de mercado", referiu Ricardo Rio.
O autarca destacou o "interesse imediato" que várias outras transportadoras aéreas demonstram na retoma de voos para o Porto, como o caso da Suiss Air Lines, da Lufthansa, da Air France ou a da Turkish Airlines.
"Não é do nosso conhecimento que estas companhias aéreas estejam a fazer algum favor ao Norte de Portugal ou aos portugueses", ironizou, para vincar que em causa estão "operações viáveis e lucrativas, como está demonstrado".
12244150
Rio lembrou que "não são operadoras de serviço público mas sim de voos comerciais, razão por que ninguém entende que, se a operação é sustentável e com potencial de negócio para as outras companhias, não o seja para a TAP".
O plano de retoma das operações da TAP foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.
A companhia aérea já tem a informação disponível no seu 'site', avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
Segundo o autarca de Braga, o plano de retoma da TAP para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro resume-se a três voos regulares (Paris, Luxemburgo e Madeira).
"São erros graves de gestão na TAP como o que estamos a assistir que custam muito dinheiro ao erário público. É inconcebível a postura de menosprezo por parte da TAP em relação à região", apontou.
Para Ricardo Rio, a opção da TAP "só pode" ter um de dois objetivos indiretos: ou fechar linhas a partir do Porto para rentabilizar as linhas a partir de Lisboa ou justificar a injeção de mais capital público.
O autarca sublinha que o "Sá Carneiro" é "um aeroporto de referência para Portugal mas também para a Galiza".