Animais foram encontrados nas zonas Centro e Norte. São todas da mesma espécie, vivem nas águas do Norte da Europa, mas por enquanto continuam a recuperar no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos da Universidade de Aveiro.
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Não há memória de tantos resgates em tão pouco tempo. Só no último mês e meio foram encontradas cinco focas nas praias portuguesas, nas zonas centro e norte da costa. O resgate mais a sul aconteceu numa praia de Sintra, o mais a norte na zona de Viana do Castelo.
Os animais são todos da mesma espécie e foram descobertos por pescadores, surfistas e populares que alertaram as autoridades. As focas foram depois encaminhadas para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) do Ecomare - Laboratório para a Inovação e Sustentabilidade dos Recursos Biológicos Marinhos da Universidade de Aveiro, onde ainda se encontram a recuperar e já têm nome: Légua, Maceda, Pequena, Pedrógão e Viana.
Entrevistada pela TSF, Marisa Ferreira, coordenadora do CRAM, explica que "são animais juvenis, desmamados no final do ano, que começaram os movimentos de dispersão e acabaram por aparecer na costa.
Estavam bastante desnutridos, alguns com ferimentos bastante preocupantes." Em pelo menos um caso, os ferimentos são compatíveis com o ataque de um tubarão.
Todos os anos, por esta altura, o CRAM costuma receber uma foca desta espécie resgatada na costa portuguesa, mas cinco é um verdadeiro recorde. O fenómeno parece não ser exclusivo de Portugal, já que "há registo de vários avistamentos na Galiza e nas costas atlânticas francesas", assegura Marisa Ferreira.
Uma das razões que pode justificar o elevado número de resgates é o crescimento da espécie. "São focas cinzentas, uma espécie comum em crescimento no norte da Europa, que tem colónias reprodutoras também no norte da Europa. Estes animais serão oriundos de lá", acredita a coordenadora técnica do CRAM. Além disso, a agitação marítima é outro fator comum nos dias em que foram resgatadas.
Desde que deram entrada do CRAM, as focas receberam tratamento, medicação, têm podido exercitar-se em tanques e estão a ganhar peso de dia para dia. O custo diário em peixe, para cada foca em recuperação, ronda os 10 euros e num mês foram gastos cerca de 700 euros em 500 quilos de peixe.
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Quem quiser contribuir para a alimentação das focas Légua, Maceda, Pequena, Pedrógão e Viana pode entrar em contacto com o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos da Universidade de Aveiro. Se tudo correr bem, duas focas voltam ao mar ainda esta semana, as outras três vão continuar a recuperar forças aos cuidados do CRAM.