Valor coincide, após arredondamento, com a estimativa rápida divulgada no final do mês passado.
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A inflação chegou à taxa de 9,3% no mês de setembro, a mais elevada desde outubro de 1992. O Índice de Preços no Consumidor registou no mês passado uma taxa superior em 0,4 pontos percentuais à registada no mês de agosto.
A taxa só não é mais alta porque o agregado relativo aos produtos energéticos baixou 1,8 pontos percentuais e situou-se nos 22,2%. Em sentido oposto, há 32 anos que o índice referente aos produtos alimentares não transformados não era tão alto; este índice específico atingiu os 16,9%.
Mas em setembro, a classe com maior contributo positivo para a taxa de variação mensal do índice total foi a categoria de vestuário e calçado, com uma variação de 23,8%.
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Alterações por área
A variação do índice relativo aos produtos energéticos situou-se em 22,2% (1,8 pontos percentuais inferior ao valor do mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou a variação homóloga mais elevada desde julho de 1990, fixando-se em 16,9% (15,4% em agosto).
Por classes de despesa e face ao mês precedente, o INE destaca os aumentos das taxas de variação homóloga do "vestuário e calçado", dos "restaurantes e hotéis" e dos "acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação", com variações de 1,7%, 17,7%, e 11,9% respetivamente (-1,6%, 16,3% e 10,6% no mês anterior).
Em sentido oposto, os preços das classes "transportes" e "lazer, recreação e cultura" abrandaram para, respetivamente, 9,2% e 3,1% (10,4% e 3,9% no mês anterior).
Em setembro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC destacam-se as dos "bens alimentares e bebidas não alcoólicas", dos "restaurantes e hotéis", da "habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis" e dos "transportes".
Já nas classes com contribuições negativas destaca-se a da "saúde".
Comparando com o mês precedente, é de salientar o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC dos "bens alimentares e bebidas não alcoólicas", do "vestuário e calçado", dos "acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação" e dos "restaurantes e hotéis".
Em sentido contrário, destaca-se a redução da contribuição da classe dos "transportes", do "lazer, recreação e cultura" e da "habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis".
Segundo o INE, em setembro a variação mensal do IPC foi 1,2% (-0,3% no mês precedente e 0,9% em setembro de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 6,0% (5,3% em agosto).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), apresentou uma variação homóloga de 9,8% em setembro, superior em 0,5 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 0,2 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em agosto, a taxa em Portugal tinha sido 0,2 pontos percentuais acima da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 7,9% em setembro (7,3% em agosto), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 6,1%), "mantendo o perfil ascendente verificado nos últimos meses", aponta o INE.
Em setembro, o IHPC registou uma variação mensal de 1,3% (-0,2% no mês anterior e 0,8% em setembro de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 6,2% (5,4% no mês precedente).