Iniciativa Liberal cumpriu objetivos e ganhou "um bónus": tirar a CDU dos Açores
João Cotrim Figueiredo fala em "bom prenúncio" para futuro.
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O líder da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, considerou hoje a eleição pela primeira vez de um deputado do partido para o parlamento dos Açores um "bom prenúncio" para atos eleitorais futuros.
"Este resultado é histórico porque pela primeira vez temos um deputado regional liberal na Assembleia Legislativa dos Açores e isso é algo que deve ser registado", considerou, em declarações à agência Lusa.
Considerando que "os Açores estão de parabéns por terem eleito um deputado liberal", Cotrim de Figueiredo apontou este resultado como "um bom prenúncio" para eleições futuras.
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"Vamos assistir a crescimentos destes mais vezes nos próximos atos eleitorais porque de facto a mensagem que nós temos vindo a transmitir, no continente e agora nos Açores e em todos os atos eleitorais em que participemos, vai mostrar às pessoas que há uma alternativa a esta maneira de olhar para as coisas e para este socialismo que nos tem regido nos últimos 24 anos", sustentou.
Questionado sobre a perda de maioria absoluta do Partido Socialista na assembleia regional, o líder da IL disse acreditar que o seu partido contribuiu para esse resultado.
"Acho que contribuímos para essa perda de maioria absoluta do PS, tornámos claro porque é que a situação dos Açores é ainda pior do que no continente em muitas matérias e que isso tem a ver com a hegemonia que nos Açores é ainda maior do que tem sido no continente, já há 24 anos", rematou, referindo-se ás mais de duas décadas de governos regionais liderados pelo PS.
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Na estreia nas eleições regionais de hoje, em que o IL teve candidatos em dois dos 10 círculos eleitorais, o partido elegeu, pelo círculo de compensação, Nuno Barata, de 54 anos, gestor portuário.
O PS ganhou as eleições regionais de hoje nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57 parlamentares da Assembleia Legislativa Regional.
O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com PPM (com 115) votos.
O Chega, que concorreu pela primeira vez às regionais dos Açores, teve 5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou 3,81% (3.962 votos).
O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP.
A Iniciativa Liberal, que também concorreu pela primeira vez à Assembleia Legislativa dos Açores, conseguiu 1,93% (2.012 votos) e elegeu um deputado, assim como o PAN que teve percentagem idêntica e apenas menos oito votos.
A coligação PCP/PEV, que tinha eleito um deputado há quatro anos não conquistou nenhum mandato, tendo obtido 1,68% (1.745 votos).
As legislativas dos Açores decorreram com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estavam inscritos para votar 228.999 eleitores.
O PS governa a região desde 1996, mas apenas nas eleições realizadas em 2000 obteve maioria absoluta, renovada nos escrutínios de 2004, 2008, 2012 e 2016.