O líder da Iniciativa Liberal sublinha que "é mentira" que o partido não tenha "tomado posição".
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A Iniciativa Liberal recusa participar em qualquer iniciativa que isole ou discrimine uma determinada etnia. João Cotrim Figueiredo referia-se assim, no Fórum TSF, à proposta do Chega para o confinamento específico da comunidade cigana. André Ventura desafiou, esta quarta-feira, os partidos da direita a apoiarem esta iniciativa, algo que o líder da Iniciativa Liberal rejeita.
"Não temos qualquer interesse, nem vontade, nem disponibilidade para participar numa iniciativa que isole ou discrimine uma determinada comunidade, um determinado grupo ou uma determinada etnia", adianta em entrevista ao jornalista Manuel Acácio.
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João Cotrim Figueiredo vai mais longe e assume uma "posição clara" de que não vê "qualquer espécie de ligação entre os comportamentos individuais e os grupos ou comunidades ou etnias a que as pessoas pertencem".
Por isso, sustenta o líder da Iniciativa Liberal, "é mentira" que o partido não tenha "tomado posição".
"Ela [a posição] foi tomada imediatamente. Isso é uma coisa. Outra coisa é andarmos a reboque da agenda que o Chega ou qualquer outro partido queira fazer. Quando um partido faz um desafio a outros qual é o objetivo? É trazê-los a jogo, numa matéria que, obviamente, provoca capas como as que hoje temos nos jornais a dizer que estão todos contra determinada proposta. Esta noção de que está tudo contra um só pode beneficiar esse um", explica.
João Cotrim Figueiredo defende que "quando alguém lança um desafio não devemos todos ir atrás para comentar esse desafio" e lamenta ser amplamente questionado sobre esta matéria quando, na quarta-feira, levou a debate temas como, por exemplo, "a violência doméstica, os exames nacionais, os sócios-gerentes".
"Há um desafio lançado, por um tema assumidamente polémico de um partido que toda a gente sabe como funciona em termos comunicacionais, e cá estamos a comentar. Acho isto errado", remata.
No mesmo plano, Constança Urbano de Sousa, do PS, considera a proposta de André Ventura "inaceitável", "absurda", "repugnante" e "uma violação grosseira da Constituição", considerando-a uma "tentativa populista de colocar o homem contra ao homem", tal como o jogador de futebol Ricardo Quaresma escreveu numa publicação do Facebook.
O internacional português criticou o "populismo racista do André Ventura" e referiu que este tipo de declarações "apenas serve para virar homens contra homens, em nome de uma ambição pelo poder que a história já provou ser um caminho de perdição para a humanidade".