INSA identificou excesso de mortalidade em três semanas do final do último ano
Entre 28 de novembro e 18 de dezembro morreram mais 1146 pessoas do que o esperado.
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O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou, durante três semanas do ano passado, um excesso de 1146 óbitos em Portugal, no qual foram, o que corresponde a um aumento de 16% face ao esperado.
Embora estes dados sejam ainda provisórios, o período em causa, entre 28 de novembro e 18 de dezembro, "coincidiu com o aumento da atividade gripal, que este ano ocorreu mais cedo do que é habitual em Portugal" e pode "ajudar a explicar o aumento da mortalidade observado".
Este excesso de mortalidade, refere o INSA em comunicado, foi registado sobretudo em pessoas com mais de 75 anos e nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Centro.
"A evolução da mortalidade ao longo do tempo depende do envelhecimento da população e de outros fatores que condicionam a sua vulnerabilidade, assim como fatores extrínsecos, como a ocorrência de fenómenos climatéricos ou epidemiológicos pontuais e/ou sazonais, que afetam sobretudo os grupos em situação de vulnerabilidade", explica o instituto.
No âmbito das suas atribuições e funções, o INSA procede diariamente à vigilância da mortalidade para identificação e quantificação de eventuais excessos de mortalidade, emitindo alertas às autoridades de saúde sempre que se observam aumentos de mortalidade não esperados.
Neste sentido, o INSA avança que publicará, no final de janeiro, o relatório da mortalidade anual (2022) por todas as causas e, durante o primeiro trimestre, estimativas da mortalidade atribuível à Covid-19.
O INSA recorda que, tendo em vista a análise à mortalidade durante a pandemia, está a desenvolver, após a elaboração de protocolo científico e constituição de comissão científica, um estudo epidemiológico sobre as causas específicas de morte e outros fatores associados nos anos pandémicos de 2020, 2021 e 2022.
Os resultados deste trabalho necessitam de dados da mortalidade específica por causas de morte e deverão ser conhecidos até ao final do ano.
*notícia atualizada às 16h50