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Sindicato avisa que só com respostas positivas e "por escrito" do governo às exigências dos inspetores paralisação de 24 e 25 de Agosto poderá ser desmarcada.
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Garantido que os inspetores vivem "uma situação quase dramática", o Sindicato da Carreira de Investigação e de Fiscalização dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusou, esta terça-feira, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, de "querer destruir o SEF" e transformá-lo numa polícia "burocrática". "Quando um projeto de lei orgânica diminui as capacidades operacionais, a ministra está a destruir o SEF. Quando ela diz que quer reduzir o SEF à parte meramente de fronteiras e de documentação, é uma redução óbvia e objetiva das capacidades do SEF", defendeu o presidente do sindicato, Acácio Pereira, lembrando que o SEF é uma "polícia integral de imigração, um órgão de polícia criminal e um serviço de segurança".
"Nós exigimos a abertura de um concurso externo para admissão de 200 novos inspetores, temos também em cima da mesa a questão da Lei Orgânica e do Estatuto que devem ser revistos com regras óbvias e respeitando o princípio do que é o SEF e as suas capacidades operacionais para fazer face às necessidades de segurança do país e da Europa, a publicação imediata do Regime de Piquete e Prevenção da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, além da renovação imediata dos meios informáticos do serviço", afirmou Acácio Pereira, em conferência de imprensa, salientando que só uma resposta vinculativa e "por escrito" do governo, e em particular de Constança Urbano de Sousa, podem travar a greve de dois dias, agendada para quinta e sexta-feira, e que vai afetar sobretudo os principais aeroportos do país.
Os inspetores asseguram que "os serviços mínimos reduzem para cerca de um terço a capacidade operacional dos aeroportos" e admitem que longas filas de espera afetam a imagem do país como destino turístico, razão pela qual avisam que o executivo de António Costa "ainda está a tempo de evitar isso".
"Só falta que a senhora ministra e o governo responsam positivamente às nossas exigências", rematou o dirigente sindical, acrescentando que os inspetores não acreditam em promessas.