As quatro famílias de refugiados da Síria e do Sudão acolhidas em Penela estão satisfeitas com a receção que lhes foi proporcionada pela ADFP - Associação Para o Desenvolvimento e Formação Profissional de Miranda do Corvo, responsável pela integração deste grupo de refugiados.
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As crianças já vão à escola e em família têm feito visitas culturais e históricas, para conhecerem a cultura portuguesa.
Dizem que gostaram das casas que lhes foram arranjadas. Agora, para os adultos, já só falta um emprego para que tudo se comece a compor.
Recebem-nos de sorriso no rosto e a mostrar o que já aprenderam de português. O grupo de crianças conta até dez, diz as vogais e os dias da semana. Mostra que já vão à escola. Estão em Penela há pouco mais de um mês e cumprimentam-nos com "Bom dia e Feliz Natal". Falam o restante em árabe, mas no final despedem-se já com um "obrigado".
Por estes dias têm aprendido o que é o Natal, pelo menos à portuguesa, uma vez que não o comemoram, mas respeitam-no. Na Síria, diz Samir, um dos pais de família, há pelo menos 15% da população que é católica. "Na Síria temos entre 15 a 20% de população cristã e nesta altura quase que comemoramos o Natal com a população cristã", garante Samir que, não sendo católico, assegura que tem amigos na Síria que o são.
A jovem Tasneem fala pelos irmãos e conta como têm sido os primeiros dias de escola. "Nunca vou esquecer o primeiro dia de escola. Foi um dia maravilhoso. Fui muito bem recebida pela escola, pelos colegas e pelos professores", confessa.
As famílias que estão em Penela vieram da Síria e do Sudão. Faud Amhad, tem 44 anos, e está, de novo, feliz. Antes de nos responder à pergunta que lhe colocámos: "como têm sido estes primeiros dias em Penela?" adianta-se com um "Antes de mais Feliz Natal". Depois diz que "está tudo bem. As crianças já vão à escola. Estamos felizes com as casas, têm tratado muito bem de nós, por isso até agora tudo bem".
Mas, na felicidade tem uma preocupação: encontrar emprego. "A vila é magnífica em termos de paisagens e estamos felizes, mas para ser franco tenho um pouco de receio com a falta de emprego. Pode ser limitado. Não há grandes empresas ou empresas multinacionais. Só estamos preocupados com esta questão", conta.
O primeiro mês foi de adaptação. Chegaram, gostaram das casas, as crianças vão à escola e têm participado em visitas históricas e culturais. Das gentes de Penela só têm a dizer bem. "São muito amigáveis. Vêm ter connosco e dizem-nos bom dia, boa tarde e boa noite. Isso deixa-nos felizes".