A produção vai aumentando à medida que se aproxima a Queima das Fitas de Coimbra, o maior desfile estudantil do país, que se realiza anualmente no início de maio.
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Há 14 anos que os utentes do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra produzem milhares de flores de papel para os carros alegóricos da Queima das Fitas.
Entre fevereiro e maio, cerca de 30 utentes da unidade, situada na Quinta da Conraria, nos arredores de Coimbra, dedicam-se a produzir flores coloridas em papel, respondendo às solicitações dos vários cursos do ensino superior de Coimbra.
"É muito importante em termos da nossa missão, que é a inclusão da pessoa com deficiência. São pessoas que têm capacidade de trabalho, mas que não se conseguem integrar no mercado normal de trabalho", refere a diretora técnica Graça Leitão.
Em 2016, os utentes do CAO produziram mais de 36 mil flores. Neste ano, segundo Mara Costa, coordenadora da unidade, já foram executadas três encomendas, o equivalente a 4 mil flores, e estão mais quatro encomendas em lista.
"Este ano, esperamos superar o número de 2016", sublinhou Graça Leitão, diretora técnica, salientando que o dinheiro pago pelos estudantes vai direito aos bolsos dos utentes que participam na atividade. Por cada saco de 200 flores são cobrados sete euros, a que acresce mais um euro se o material ficar a cargo da instituição, e que demora em média dois dias a executar "se o grupo for consistente".
"Nem todos os utentes podem realizar esta atividade. Temos uma equipa multidisciplinar que acompanha estas pessoas e o facto de poderem ou não fazer flores depende, acima de tudo, da avaliação e das competências físicas e cognitivas de cada um", explicou Graça Leitão.
Uma delegação institucional da Queima das Fitas visitou, esta terça-feira, a instituição e contactou com as pessoas que participam diretamente na atividade. Para José Alberto Pereira, estudante de Medicina, "um dos objetivos deste ano foi aproximar a Queima das Fitas da cidade". "A aproximação a este tipo de associações só demonstra que a Queima não são só as noites de parque, passa também apoiar estas causas", reforça.