O Instituto Português do Sangue admite que o Cartão de Dador não é fiável e, por isso, a partir de Julho serão emitidos novos cartões.
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Uma das falhas apontadas tem a ver com as dificuldades de leitura do actual cartão, que estão a fazer com que alguns Centros de Saúde não apliquem aos dadores de sangue a isenção das taxas moderadoras.
«Havia queixas de muitas dadores que tinham direito à isenção e isso não lhe era reconhecido no Centro de Saúde» e, por outro lado, também poderia haver «abusos», afirmou o presidente do Instituto.
Quem doar sangue pelo menos duas vezes por ano tem direito à isenção das taxas moderadoras, mas a regra não estava a ser aplicada por vários Centros de Saúde. Por isso, o Instituto Português do Sangue passou uma declaração, até que o novo cartão seja emitido.
Essa declaração «é absolutamente clara» quanto à isenção das taxas moderadas, garantiu, lamentando que nesta questão haja pessoas «mais papistas que o Papa».
A troca do cartão será gradual, mas o Instituto Português do Sangue espera ter 300 mil novos cartões de dador até ao fim do ano.
Álvaro Beleza adiantou que o investimento vai rondar os 70 mil euros.
Quanto ao facto dos dadores serem homossexuais, garantiu que a lei portuguesa não os proíbe de dar sangue, mas admitiu que possa haver médicos a fazerem essa discriminação.
Mais do que a orientação sexual do dador, o presidente do Instituto Português do Sangue está preocupado com o número de parceiros sexuais. Para Álvaro Beleza, qualquer dador com mais de um parceiro por ano deve ser excluído.