Instituto do Sangue defende estadia para jovens em troca de dádivas, federação critica e pede valorização abrangente
À TSF, o líder da Fepodabes sublinha que a federação "não pode ser a favor de incentivos para uns e não para outros" e sublinha que são precisas, todos os dias, "mil a 1100 unidade de sangue"
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Os jovens dos 18 aos 30 anos vão receber uma estadia nas Pousadas da Juventude, se doarem sangue entre 11 e 16 de agosto. A medida do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem, contudo, sido alvo de críticas por parte da Fepodabes - Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue, que critica a exclusão dos dadores regulares.
Em declarações à TSF, Maria Escoval, presidente do IPST, assegura que esta medida é uma mais-valia para atrair dadores mais jovens.
"Todas as medidas que nós fazemos têm como objetivo aumentar a sustentabilidade da dádiva. Esta é uma população jovem que é sempre importante sensibilizar", explica.
A medida, proposta ao IPST pela Movijovem, concede um benefício aos dadores de sangue mais novos, em plena época de verão.
"Os jovens podem aderir se assim o quiserem. Não quer dizer que os jovens tenham de aceitar a oferta da Movijovem. Só o aceitam mediante um QR Code, que podem ou não consultar", esclarece.
Já o líder da Fepodabes, Alberto Mota, ouvido também pela TSF, ressalva que é "a favor de que haja incentivos", mas lamenta que, neste caso, existam restrições. Defende, por isso, um sistema mais abrangente que valorize todos os dadores e não apenas os mais jovens.
"Não podemos é ser a favor dos incentivos para uns e não ser para outros, e ser nesta altura do ano e não noutra. Nós precisamos todos os dias de mil a 1100 unidades de sangue", elucida, acrescentando que esta não é uma necessidade que diga apenas respeito ao período de 11 a 16 de agosto.
Critica, por isso, a "atitude da IPST e afirma que as declarações de Maria Escoval sobre a tomada de posição da Fepodabes são "mentira".
"E lamento que IPST tenha esta atitude. Lamento que a senhora presidente nas últimas horas tenha passado alguns comentários para a opinião pública de que a tomada de posição da Fepodabes não é uma tomada de posição do movimento associativo ou das suas associações. É mentira. Nós tomamos esta posição porque consultamos as nossas associações e sabemos muito bem qual é o espírito que hoje vai no movimento associativo", atira.
Alberto Mota afasta ainda a ideia de que os dadores estão envelhecidos e explica que o que existe é um cansaço por não serem reconhecidos.

