Silva Ribeiro aponta que há uma situação deficitária em todos os ramos das Forças Armadas, e esclarece que o assalto a Tancos foi a manifestação clara da falta de recursos humanos.
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O almirante Silva Ribeiro delatou a falta de recursos humanos nas Forças Armadas do país, a retenção nas carreiras e a diferença entre os salários dos agentes da PSP e GNR e os militares. De acordo com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, nem a comunicação positiva que os militares têm desenvolvido é suficiente para convencer os jovens a alistar-se.
Silva Ribeiro apontou também, em entrevista ao Público e à Renascença , que Tancos foi uma das principais manifestações desta falta de pessoas para trabalhar. "Claro que em Tancos há coisas além disso, mas as FA vivem com um défice muito elevado: no exército, faltam 4100 praças, na Marinha 535 e na Força Aérea cerca de 950", revelou o almirante.
As lacunas encontradas ao nível dos recursos humanos devem-se, na perspetiva do militar, à falta de atratividade dos empregos nas Forças Armadas: "É preciso condições para que os jovens tenham carreiras no exército e na Força Aérea, que não têm quadros permanentes de praças."
Por esse motivo, Silva Ribeiro considera necessário "rever os vencimentos, as discrepâncias entre o de uma praça do quadro permanente e um agente da PSP ou guarda da GNR", que é, "na mesma categoria, quase de 400 euros".
O Chefe das Forças Armadas garantiu que estes problemas já foram colocados à tutela e que estão a ser trabalhados em cooperação com o ministro da Defesa.