Investimento da Galp "assegura continuidade da refinaria e postos de trabalho" em Sines
Sobre a possibilidade de a empresa petrolífera integrar os trabalhadores despedidos em Matosinhos no novo projeto em Sines, o autarca da região, Nuno Mascarenhas, assegura, em declarações à TSF, que estes seriam "muito bem-vindos".
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O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, congratulou-se esta segunda-feira com a decisão da Galp, que anunciou o maior investimento de sempre em Portugal e um dos maiores da Europa, em duas novas unidades de produção no perímetro da refinaria de Sines. O autarca classifica ainda esta medida como uma das "mais importantes" para a região dos últimos anos.
O Conselho de Administração da Galp avança com dois investimentos de duas novas unidades de produção no perímetro da refinaria de Sines: uma unidade de eletrólise de 100 megawatts (MW) para produzir hidrogénio verde e uma unidade de produção de biocombustível avançado.
A empresa explica em comunicado que este projeto vai dar emprego a 480 pessoas e vai custar 650 milhões de euros, dando assim início ao processo de descarbonização da refinaria de Sines.
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Nuno Mascarenhas fala num "investimento muito importante", por um lado, "porque cria riqueza" e, por outro, "porque dá um contributo tremendo para a descarbonização da economia", mas, acima de tudo, porque assegura a "continuidade desta unidade, garantindo os postos de trabalho e tudo aquilo que envolve para a economia da região".
Depois de conhecer este investimento, o presidente da Comissão de Trabalhadores da Petrogal defendeu esta segunda-feira, em declarações à TSF, que os funcionários despedidos pela empresa em Matosinhos podiam vir a ocupar alguns dos postos de trabalho que vão ser criados em Sines.
Apesar de esta ser uma decisão da empresa e de o edil reconhecer que é uma matéria sobre a qual não se "devia pronunciar", precisamente por ser uma "questão interna da própria Galp", Nuno Mascarenhas sugere que esta poderia ser uma solução viável.
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"Se existem, ou se vão existir, cerca de cem postos de trabalho novos, naturalmente que todos os funcionários que a Galp tiver serão bem-vindos. Para além de garantir os postos já existentes - que é uma preocupação que nós tínhamos há bastante tempo - a criação de cerca de cem postos de trabalho é também uma boa notícia e serão bem-vindos, sejam funcionários de Matosinhos ou de outras unidades que a própria Galp possa ter e as outras empresas também da região", assegura o autarca, em declarações à TSF.
O concelho de Sines tem recebido nos últimos tempos vários investimentos, mas Nuno Mascarenhas aponta dois critérios fundamentais para a aplicação destes capitais.
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"O importante é que sejam investimentos sustentáveis e que exista uma diversificação desses investimentos", sublinha, afirmando que ao longo dos anos tem havido "grandes investimentos no Porto", seja "nas refinarias, na central termoelétrica já não existe" ou "na própria petroquímica", pelo que aquilo que a que se assiste atual é apenas uma "renovação" dessas medidas.
"Hoje, o que estamos a assistir é a um renovar desses investimentos, como está a acontecer com a petroquímica da Repsol, com o porto de Sines, com a ampliação do seu terminal de contentores, e agora com esta excelente notícia, o investimento da reconversão da própria refinaria da Galp, de forma a poder dar o seu contributo para o ambiente", conclui.
O autarca destaca ainda um conjunto de medidas já anunciadas, que há muito eram "ambicionadas" pela autarquia.
"Os outros investimentos já foram anunciados, nomeadamente os data center, os cabos submarinos, algo que há muito tempo ambicionávamos, ou seja, diversificar a economia de forma a que tenhamos aqui na região algo absolutamente inovador, quer do ponto de vista tecnológico, quer do ponto de vista das novas tecnologias", remata.