IRA resgata mais de 270 animais dos incêndios de Vila Real, Arouca e Ponte da Barca em três dias
Em declarações à TSF, o presidente do grupo, Tomás Pires, apela ao Governo para que invista em "campanhas de sensibilização" das populações para proteção dos seus animais em caso de incêndio
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O grupo de Intervenção e Regaste Animal (IRA) resgatou, desde sábado e até segunda-feira de manhã, 274 animais dos incêndios que lavraram nos últimos dias em Vila Real, Arouca e Ponte da barca.
O número é adiantado à TSF pelo presidente do IRA, Tomás Pires, que detalha que em causa estão "inúmeros cães", gatos e "animais de pecuária, como cabras, patos, galinhas, coelhos, bovinos", bem como algumas espécies selvagens.
Tomás Pires explica que este tipo de resgates são difíceis de executar e, por isso, defende ser necessário definir zonas seguras, fora da linha de fogo, para a recolha destes animais. Apela, por isso, ao Governo para que exista um "investimento por parte do Estado em campanhas de sensibilização das populações relativamente aos seus animais".
"Tem de haver uma maior identificação e sinalização de explorações, de abrigos, canis de caça, entre outras infraestruturas, que possam conter um número de animais que justifique uma maior intervenção de uma entidade mais especializada como a nossa. O Estado tem que apostar na nestas campanhas de sensibilização para que as populações saibam que medidas preventivas adotar e que garantam o bem-estar dos seus animais", argumenta.
O grupo tem estado presente nas várias frentes de incêndios, sendo que as suas funções dizem maioritariamente respeito à "parte preventiva": avaliar a direção do fogo, avaliar o grau de risco para as povoações que são sinalizadas pela Proteção Civil e mobilizar os meios considerados "adequados ou necessários". Depois, procedem a um "levantamento" do número de animais nas zonas, para ajustar "com melhor rigor" os meios à necessidade.
"Se essa prevenção for necessária, informarmos as pessoas para que desmobilizem, evacuem as aldeias com os seus próprios meios e levem os seus animais ou soltem-nos para estarem em segurança. Se não forem reunidos os meios necessários por parte dos populares, então nós intervimos, procedemos nós à recolha dos animais e depois à transferência dos mesmos para locais que designamos como seguros", acrescenta.
O presidente do IRA detalha ainda que o grupo vai mesmo avançar com a criação de um partido político com principal foco na defesa dos animais. Agora, falta apenas finalizar os regulamentos internos e recolher assinaturas para a iniciativa avançar no início do próximo ano.
"A questão do partido político já está em andamento, estamos a finalizar os regulamentos internos, conforme a lei exige, e depois iremos partir para a recolha de assinaturas para finalmente entregarmos ao Tribunal Constitucional a criação da desta nova valência, não só da nossa instituição como de alguns elementos que constituem a mesma", revela.
