"Israel tem todo o direito a defender-se, mas respeitando as populações civis da Palestina"

Nuno Veiga/Lusa
Costa condena, no entanto, "o grupo terrorista" Hamas, que ataca "mulheres, crianças, jovens e homens".
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Agora de viva-voz, o primeiro-ministro condena o ataque do Hamas em Israel, chama mesmo "grupo terrorista" ao movimento, mas lembra que o país liderado por Benjamin Netanyahu tem de respeitar as populações civis da Palestina.
Numa iniciativa do PS, em Portimão, António Costa admite que Israel tem "direito a defender-se", mas respeitando os tratados internacionais.
"Olhamos para o mundo à nossa volta, começámos por ficar perplexos quando vimos ma guerra emergir em pleno coração da Europa. E não podemos deixar de ficar profundamente revoltados, quando vemos um grupo terrorista desencadear uma ação bárbara sobre mulheres, crianças, jovens e homens", disse, ouvindo aplausos da plateia.
No entanto, para António Costa, Israel deve respeitar "as populações civis da Palestina", apesar de Israel "Israel ter todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas".
O primeiro-ministro esteve em Portimão, para primeira sessão do "PS Presta Contas", dedicado aos jovens, para apresentar as linhas gerais do Orçamento do Estado.
Na pele de secretário-geral socialista, sem gravata, o primeiro-ministro voltou a defender que a redução da dívida é essencial "para garantir o futuro". Na quarta-feira, perante os deputados do PS, comparou mesmo como "um porto de abrigo".
"Era, seguramente, muito mais popular baixarmos ainda mais os impostos, aumentarmos a despesa com a saúde, a educação, as estradas e os comboios. Seria seguramente muitíssimo mais popular. Traduzir-se-ia, seguramente, em algo que não é desejável para a vossa geração: teríamos uma dívida maior", detalhou.
E, "ao contrário do que muitos dizem", trabalhar para as "contas certas não é uma obsessão": "Cada décima de défice significa uns milhões que acrescentamos à nossa dívida".
O orçamento do Estado foi entregue na terça-feira no Parlamento. O PS apresenta o documento aos militantes, em várias sessões pelo país, e na terça-feira é a vez da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em Portalegre.