"É uma não solução." Militares contra recrutamento de estrangeiros nas Forças Armadas
A Associação Nacional de Sargentos teme que o que acontece na agricultura, na restauração ou na construção também passe a acontecer nas Forças Armadas: "Trazem cidadãos de outros países, pagasse-lhes miseravelmente e não lhes são dadas condições de habitação e de vida."
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A Associação de Praças e a Associação Nacional de Sargentos, ouvidas pela TSF esta sexta-feira, veem "com muito maus olhos" a solução do Governo face à escassez de efetivos nas Forças Armadas. De acordo com o Expresso, o PS admite refletir sobre a possibilidade de incorporar estrangeiros nas Forças Armadas para combater a escassez de efetivos.
"Não consideramos que seja essa a resolução do problema (...). Além do mais, temos condições e situações em que podemos e devemos melhorar, nomeadamente os salários e as carreiras", afirma o presidente da Associação de Praças, Paulo Amaral, acrescentando que devem ser "homens e mulheres portugueses que cantam o hino nacional, que se arrepiam e choram e que juram morrer se necessário pela pátria".
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"Os valores e os princípios que os militares portugueses têm dificilmente serão passados ou serão impostos aí esses militares venham de outros países (...). É mais uma fuga para a frente para não quererem tentar resolver os problemas", acrescenta.
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O presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho partilha a mesma opinião e adverte que esta situação "pode ter outro risco": "Nós temos exemplos disso na agricultura, na restauração, na construção, etc., onde trazem cidadãos de outros países, pagasse-lhes miseravelmente e não lhes são dadas condições de habitação e de vida."
Considerando que "isto é uma não solução" mas sim "distrair os cidadãos", Lima Coelho pede que os governantes "enfrentem as dificuldades que existem e que estão identificadas e resolvam os problemas com seriedade".
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A proposta de integração de cidadãos estrangeiros no recrutamento das Forças Armada já foi defendida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no ano passado. Agora, segundo o Expresso, o PS está aberto a discutir a ideia, apesar de a ministra da Defesa, Helena Carreiras, já ter manifestado reservas quanto a esta questão.